quarta-feira, 25 de dezembro de 2013


O exemplo pessoal na educação dos filhos - Subsídio para Lição Bíblica

Escrito por  Pr. Altair Germano
O exemplo pessoal na educação dos filhos - Subsídio para Lição Bíblica
O EXEMPLO PESSOAL NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS – SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA
                                                                                               Pr. Altair Germano
O exemplo pessoal fala mais alto que o discurso. Pais que ensinam a Bíblia aos filhos, mas que são negligentes em praticá-la, que não dão exemplo na vida familiar, profissional, eclesial e pessoal, estão cooperando para a insubmissão e rebeldia dos mesmos diante das autoridades constituídas, e para dificuldades de relacionamentos com os seus pares.
A importância da educação no contexto familiar já é vista desde o Antigo Testamento:
Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. (Dt 6.1-9, ARA)
O texto de Deuteronômio 6.1-9 é um clássico da educação que tem a Bíblia como referencial. Nele, de forma clara e objetiva se observa o privilégio e a responsabilidade da família na educação dos filhos.
O Senhor estabeleceu mandamentos, estatutos e juízos, que deveriam orientar a vida do seu povo na terra que eles iriam possuir. O termo “mandamento” (hb. miswah), significa ordem, lei, ordenança, preceito, e tem haver com os aspectos legais da vida em sociedade. Os “estatutos” (hb.hoq), envolvem os costumes, que se relacionam estritamente com as questões culturais. Por “juízos” (hb. mispat) entende-se as sentenças judiciais, os julgamentos que deveriam estar fundamentados na retidão e justiça.
Como podemos observar, as normas foram dadas pelo Senhor, e eram indispensáveis para uma boa convivência, uma boa ordem social, e para o temor e glória do seu próprio nome. As normas deveriam “ensinar” (hb. lamadh), ou seja, instruir ou educar o povo.
Uma vez aprendido, os mandamentos, estatutos e juízos deveriam ser compartilhados com as novas gerações, para que dessa maneira se perpetuassem. O bem comum da nação dependeria da sua determinação em atentar e guardar durante todo o tempo as ordens do Senhor, o que resultaria também no prolongamento de sua existência, crescimento e desenvolvimento:
[...] para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais.”
A base da obediência do povo ao único Deus verdadeiro deve ser o amor:
Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.”
O amor, mais do que mera verbalização, é sentimento que brota do mais profundo do ser, e que se manifesta de forma concreta em atitude, em obediência, em submissão incondicional a Deus.
Uma vez estabelecida a base teórica, normativa e legal que regeria o povo, faltava apenas especificar a maneira pela qual as gerações futuras receberiam tais conteúdos. O processo educativo seria agora especificado:
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;”
Antes de ser compartilhada com as gerações futuras, a palavra do Senhor precisa ser guardada, observada e praticada pela geração presente. A autoridade de alguém para compartilhar conhecimentos depende da disposição em aplicá-los a si mesmo.
O ensino não deve ser uma mera demonstração arrogante e vaidosa de domínio didático, sapiencial ou persuasivo. O ensino deve ser uma demonstração de vida, de exemplo. A eloquência maior não é aquela que flui da fala, mas da existência, da vida.
tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.”
A palavra ordenada pelo Senhor deveria ser “intimada” ou “inculcada” (hb. sanan) aos filhos. O sentido de intimar e inculcar conforme o termo hebraico é afiar, apontar, amolar. Em sentido figurado é utilizado para denotar agudez, a capacidade da palavra em atingir de forma profunda o ouvinte ou aprendiz. A ideia em Deuteronômio 6.7 é a de que a palavra fosse gravada nos corações dos filhos, assim como foi gravada nas tábuas de pedra da Lei, mediante um objeto agudo. O ato de falar (hb. dabhar) seria este objeto. A oralidade no ensino desempenhou um importante papel na antiguidade, e em especial na vida em família.
O espaço educativo onde o ensino aconteceria seria o ambiente familiar, a casa, o lar. No dia a dia das relações familiares o processo ensino-aprendizagem deveria fluir entre pais e filhos.
Analisando a sociedade contemporânea, e nela as relações familiares, percebemos o quanto se torna cada vez mais distante o ideal prescrito pelo Senhor para preservação e transmissão de sua Palavra no lar.
A família está cada vez mais dispersa, pai e mãe trabalham fora, os filhos ficam em creches, escolas de tempo integral, com os avós, babás ou outros cuidadores. Quando conseguem estar debaixo do mesmo teto, em casa, os membros da família ficam enclausurados em seus aposentos, ou em seus mundos virtuais particulares, através da internet, tv, etc. No caminho para a igreja, escola ou lazer, as coisas não são diferentes, dentro do mesmo carro ninguém conversar, cada um fica na sua.
A família raramente está junta, e quando assim está não interage, não se comunica, não se percebe, não se curte, e o pior, não compartilha a palavra de Deus, fundamento para uma vida familiar com qualidade, para uma vida cristã que em tudo exalta o Pai.
Se desejarmos cumprir com a nossa missão doméstica de educar os filhos na Palavra do Senhor, e assim obedecê-lo em amor, é preciso sair do nível das intenções e caminhar em direção às ações concretas.
É preciso dedicar mais tempo à família. É preciso, além disso, dedicar mais tempo para ensinar a Palavra de Deus em família.
O COMPORTAMENTO INADEQUADO DOS FILHOS
Qual a razão do comportamento inadequado, imoral e rebelde dos filhos? As respostas para tais questões não devem ser simplistas, pois envolvem muitas possibilidades, onde dentre as principais podemos citar:
Educação permissiva. Há filhos que desde cedo “pintam e bordam” na igreja, no prédio onde moram, na escola e não recebem reprovação alguma de seus pais. Pelo contrário, se alguém repreendê-los ou chamá-los a atenção, podem criar um problema para si mesmo. São filhos mimados, que geralmente reproduzem a má educação dos próprios pais, que não dão testemunho cristão.
Excesso de rigor na criação dos filhos. Há pais que são tão duros com os seus filhos, cobrando deles um comportamento acima da média e impondo sobre eles um padrão de “santidade” tão alto (que de santidade não tem nada), que acabam por alimentar um sentimento de revolta, um ódio, uma revolta que mais cedo ou mais tarde se manifestará das mais diversas formas. Quantos filhos já não foram espancados por jogar bola de gude, empinar pipa, andar de bicicleta e por outras práticas que em nada maculam a moral e a fé do crente. Muitos destes pais espancadores ainda sofrem de culpa por perceberem sua crueldade e radicalismo, por entenderem hoje o mal que fizeram aos seus filhos, muitos destes marcados, desviados e revoltados (Ef 6.4).
Carência afetiva. Beijos e abraços devem fazer parte do cotidiano da relação pais e filhos. Manifestações de afetividade, palavras doces, elogios e reconhecimento fazem bem. As necessidades afetivas não supridas podem desenvolver em nossos filhos sentimentos e comportamentos inadequados, com o propósito de serem notados, percebidos. Uma atitude rebelde pode ser um grito de desespero de quem sofre por falta de carinho e atenção.
Amizade não construída. Os pais precisam construir um relacionamento de confiança com os filhos, precisam se tornar os seus melhores amigos, alguém com quem eles possam contar nos momentos mais críticos da vida, nas horas da forte tentação, das dúvidas e das fraquezas. Se não formos os melhores amigos de nossos filhos, podem ter certeza, eles buscarão noutros tal nível de confiança e amizade.
Ausência ou presença de má qualidade. Já ouvi, e mais de uma vez, filhos reclamarem que os pais nunca lhes dedicaram tempo e atenção, devotando à igreja e ao trabalho tais privilégios, esquecendo-se dos de sua própria casa e família. Ninguém pode cuidar da igreja ou de seus negócios, sem que antes cuide de sua própria família (1 Tm 3.4-5,5.8). Os pais precisam viver cada fase da vida dos filhos, e se fazer presentes nos momentos mais especiais. Eles só terão uma infância, uma adolescência e uma juventude.
Rebeldia deliberada. Os pais nem sempre são responsáveis por influenciar negativamente a conduta dos filhos. A parábola do filho pródigo é um claro exemplo disso (Lc 15.11-24). Há pais que educam os seus filhos conforme os fundamentos da Palavra, que são grandes exemplos de piedade, e mesmo assim os filhos se enveredam por caminhos difíceis, que só causam dor, tristeza e vergonha para os seus pais. As más amizades e companhias, a concupiscência da carne e dos olhos, a soberba da vida, a liberdade de escolha, as astutas ciladas do diabo, são fatores que podem desviar do caminho do bem um filho criado com amor, afeto, cuidado e disciplina na medida certa.
CONCLUSÃO
Que na condição de pais possamos ter a consciência tranquila de termos cumprido o nosso papel na educação dos filhos, com palavras e com vida exemplar. Se mesmo assim eles trilharem o caminho da rebeldia, devemos amá-los e apresentá-los a Deus em oração, clamando para que de alguma forma o Pai celestial possa discipliná-los, para que não venham a se perder.

Contrapondo a arrogância com a humildade - subsídio para lição bíblica
Escrito por Pr. Altair Germano


A ARROGÂNCIA
Altivez, orgulho, insolência, pedância, estes e outros sentimentos estão presentes na vida do homem arrogante. Ser arrogante é ser escravo da natureza carnal, é ser e viver dominado pelo “eu”.
O arrogante pode até tentar se esconder por trás do cinismo, mas sempre revelará quem de fato é através da prática da injustiça, do descaso e desrespeito ao próximo, pelo personalismo ou desejo de autopromoção, pela postura dominadora e opressora, pela facilidade em envergonhar os outros publicamente, pela falta de consideração com as pessoas, pelo comportamento e postura eu tentar demonstrar superioridade em tudo.
O arrogante é um tolo.
O arrogante é um pobre e miserável pecador que precisa urgentemente reconhecer a sua condição.
O arrogante não é respeitado, é temido.
O arrogante não é querido, é tolerado.
O arrogante não é aceito, é engolido.
A arrogante pensar ser dono da situação, dono da verdade, dono das coisas e dono das pessoas. Ele não é dono de nada, nem de si mesmo.
O arrogante é um tolo.
A HUMILDADE
A humildade é um ideal de Deus para a vida cristã. Ela faz parte da verdadeira vida em Cristo.
A humildade, do grego tapeinós, significa modéstia, a capacidade se colocar e estar numa posição “abaixo de”, sem perder o senso de dignidade pessoal. Jesus é o nosso grande referencial de humildade. Ele disse: 
Tomai sobre vós meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração [...]. (Mt 11.29)
Para adotar uma postura humilde é preciso ter uma mentalidade humilde (de coração). Comportamentos arrogantes é resultado de mentes arrogantes, do pensar altivo.
Somente os humildes se colocam debaixo do jugo de Jesus, e lá permanecem. Já há muitos que sacudiram e saíram debaixo do jugo de Jesus, para subjugar outros em seus próprios jugos, pesados e opressores.
Na antiguidade a humildade era compreendida como um sentimento de fraqueza. Jesus tornou o vício em virtude (A. T. Robertson).
Ser humilde é considerar os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3), considerar o outro em sua subjetividade e necessidade (Fp 2.4), é ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-11).
Paulo nos exorta para que nos revistamos de humildade (Cl 3.12-13).
A CONTRAPOSIÇÃO ENTRE A ARROGÂNCIA E A HUMILDADE
Deus sabe recompensar a humildade e punir a arrogância:
Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba. (Dn 4.37)
[...] assim diz o SENHOR Deus: Tira o diadema e remove a coroa; o que é já não será o mesmo; será exaltado o humilde e abatido o soberbo. (Ez 21.26)
Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. (Lc 1.52)
Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. (Tg 4.6)
Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. (1 Pe 5.5)
Com certeza a palavra do sábio deve ser considerada, pois nos alerta para o fato de que a soberba precede a ruína (Pv 16.18). É só uma questão de tempo.
O arrogante tem seus dias contados, e no momento oportuno, caso não se converta, o Senhor o derrubará do alto de sua soberba, do trono de sua insolência, do pedestal do seu orgulho.
Cultivemos a humildade para a glória de Deus!



A mulher virtuosa - subsídio para lição bíblica

Escrito por  Pr. Altair Germano
A mulher virtuosa - subsídio para lição bíblicaPreconceito e discriminação. Tais palavras refletem com precisão algumas condutas, palavras e preceitos, dirigidos e relacionados com a participação da mulher na sua vida em família, e em sociedade no Antigo Testamento. A mulher é forte. A prova disso encontra-se nos registros bíblicos, que nos revela a força com que superou as adversidades e a opressão  numa sociedade patriarcal e machista.
O termo “mulher virtuosa” de Provérbios 31.10, poderia ser traduzido por “mulher de força”, do hebraico esheth hail, conforme também Pv 12.4 e Rt 3.11.
FORÇA PARA VENCER OS PRECONCEITOS
No Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio), as mulheres são quase sempre identificadas por meio dos homens que são seus pais, maridos, filhos, etc.
- Sara, Mulher de Abraão (Gn 16);
- Rebeca, a esposa de Isaac (Gn 25);
- Tamar, a nora de Judá (Gn 38);
- Asenate, filha de potífera e mulher de José (Gn 41);
- Zípora, filha de Jetro, mulher de Moisés, mãe de Gérson (Ex 2);
- Eliseba, filha de Aminadabe, mulher de Arão(Ex 6);
- Miriam, irmã de Arão (Ex 15);
- Joquebede, a mãe de Moisés (Nm 26).
Nos Livros Históricos(Josué a Ester), além de continuarem sendo identificadas pelos homens, a quem estão ligadas, elas tornam-se anônimas:
- A concubina anônima de Gedeão (Jz 8);
- A filha anônima de Jefté (Jz 11);
- A esposa anônima de Manuá (Jz 13-14);
- A esposa anônima de Sansão (Jz 14);
- A mãe anônima de Mica (Jz 17);
- A esposa anônima de Finéias (1Sm 4);
- A serva anônima que salvou Davi (2Sm17);
- A esposa anônima de Jeroboão (IRs 14);
- A viúva anônima de Serepta (1Rs 17);
- A sunamita anônima (2Rs 4);
- A empregada anônima e a esposa anônima de Naamã (2Rs 5).
O valor de uma mulher era geralmente associado a sua capacidade de gerar filhos. Quando isto não acontecia, eram rejeitadas pela sociedade (2Sm 6.23, etc.).
As mulheres só podiam ter um marido (1Sm 25.44), enquanto um homem podia normalmente possuir muitas mulheres (Gn 16; 25; 29; Jz 8.30; 2Sm 1.2; 1Sm 18.27;25.42-43; 2Sm5.13; 1Rs 3.1; 11.3).
As mulheres eram consideradas propriedades dos homens (Nm 31.9; Dt 21.11-13; 1Sm 14.49-50; 2 Sm 3.2-5; 1 Rs 4.11-15; 2Rs 12.2).
A mulher não podia decidir com quem se casaria. A decisão era tomada pelos homens interessados (Jz 14.20; I Sm 25.44; 2Sm 3.15-16).
As mulheres eram as maiores vítimas da violência sexual (Gn 34.1-2; Jz 19; 2 Sm13).
Uma filha poderia ser vendida como escrava (Ex 21.7).
pedido de divórcio era exclusividade dos homens (Dt 24.1-4), que segundo as escolas dos Rabinos Akkiba e Hillel, poderia pedi-lo por qualquer motivo, banal que fosse.
No caso de uma mulher ser estéril, poderia ceder uma escrava para dar filhos ao seu marido (Gn 16.1, 2). No caso de um marido estéril, o mesmo não acontecia.
As mulheres só herdavam propriedades e bens dos maridos ou pais, na ausência de um herdeiro masculino (Nm 27.7-8).
O voto de uma moça ou de uma mulher casada não tem validade, a não ser pelo consentimento do pai ou do marido, que podem também anulá-lo (Nm 30.4-17).

A mulher viúva, visto que não se encontrava ligada a qualquer homem, era marginalizada pela sociedade (Sl 109.9). Seus filhos, apesar de terem mãe, eram considerados órfãos (Jó 24.9).
As mulheres não comiam com os homens, mas ficavam em pé servindo-os à mesa.
Era impróprio para um israelita falar com uma mulher na rua (Jo 4.27).
No século II d.C. o Rabi Meir criou a seguinte oração “te agradeço ó Senhor, por não ter-me feito um gentio, um escravo, ou uma mulher”.
FORÇA PARA INTERFERIR NA HISTÓRIA BÍBLICA DE MANEIRA DECISIVA
Os preconceitos oriundos de uma cultura exclusivamente patriarcal e por vezes machista, não foram suficientemente capazes de ofuscar as brilhantes intervenções de mulheres, que protagonizaram vários momentos da história do povo de Deus:
- Sifrá e Puá, as parteiras corajosas (Ex 1.15-17);
- Joquebede, fé e objetivos claros (Ex 2.1-10);
- Raabe, decisão firme e certa (Js 2);
- Mical, livrando Davi da morte (1Sm 19.11-12);
- Ester, beleza, inteligência e prudência a serviço do seu povo (Livro de Ester);
- Ana, confiança e perseverança na oração (I Sm 1.10-18).
FORÇA PARA FAZER A OBRA DE DEUS
As mulheres foram, e continuam sendo usadas por Deus na realização das mais diversas atividades:
Profetisas. Miriam (Ex 15.20), Débora (Jz 4.4) e  Hulda(2Rs 22.14);
Musicista. Miriam (Ex 15.20);
Líder Nacional. Débora (Jz 4.4-9);
Intercessoras. Ana (1Sm 1.27) e Ana (Lc 2.36-37).
FORÇA NO DESEMPENHO DE SUAS TAREFAS COTIDIANAS
Essa força é claramente notada, pela maneira como ela cuida:
- Dos negócios (Pv 31.13-19, 24);
- Da sua casa (Pv 31.15; 27);
- Dos seus filhos (Pv 31.21, 28);
- Do seu marido (Pv 31.11-12, 23);
- De si mesma (Pv 31.22, 25, 26)
A mulher virtuosa, enquanto cuida da estética (aparência) e da auto-estima (valor próprio), não descuida de sua essência, de “ser” segundo o espelho da palavra, para que “sendo”, tenha o louvor e o respeito que lhe é devido:
Assim também você, esposa, deve obedecer ao seu marido a fim de que, se ele não crê na mensagem de Deus, seja levado a crer pelo modo de você agir. Não será preciso dizer nada porque ele verá como a conduta de você é honesta e respeitosa. Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros. Pelo contrário, a beleza de você deve estar no coração, pois ela não se perde; ela é a beleza de um espírito calmo e delicado, que tem muito valor para Deus. Porque era assim que costumavam se enfeitar as mulheres do passado, as mulheres que eram dedicadas a Deus e que punham a sua esperança nele. Elas eram obedientes ao seu marido. 3.6   Sara foi assim; ela obedecia a Abraão e o chamava de “meu senhor”. Você será agora sua filha se praticar o bem e não tiver medo de nada. (1 Pe 3.1-6, NTLH)
Em tempos em que parecer vale mais do que o ser, o cuidado com a beleza interior não deve ser negligenciado pela mulher de Deus.
* Artigo publicado no  livro “Uma Igreja com Saúde

A mosca morta no perfume

Escrito por  Pr. Enilson Hei
A mosca morta no perfume
Ec.10:1

- A tolice é o inimigo mais perigoso que a maldade. É preciso desmascarar o mal, mas contra a tolice não há defesa, pois o tolo se acha sábio.
- A arte de fazer perfume é milenar, das mais antigas mencionadas na Bíblia.
- É preciso escolher a essência, que deve ser juntada ao óleo, sendo, depois, a mistura posta para curtir num recipiente.
- O protagonista desta passagem é a mosca.
- Uma mosca incomoda apesar de ser pequena.
- A mosca não é perfumada, mas estraga todo o perfume.
- Os bons odores despertam bons registros na memória.
- O que agrada a Deus é dito ser-Lhe de “cheiro suave”.
- Em Ex.30:22-25, Deus instituiu um perfume para o sacrifício. Deus gosta de perfume.
- Maria causou prazer em Jesus ao Lhe derramar perfume, nardo puro, em Betânia.
- Maria sempre aparece na Bíblia aos pés de Jesus. É uma adoradora por excelência. Não pede, mas agradece.
- Maria, ao lançar o perfume aos pés de Jesus, quebra três tradições: ungiu o Messias, soltou os cabelos em casa alheia e quebrou objetos.
- Maria entregou o perfume a Cristo, pois ele jamais poderia ser usado para outra finalidade depois de seu gesto.
- Maria conhecia o valor de uma adoração, algo que o diabo também sabe.
- Nós somos o bom perfume de Deus aqui na Terra. Não somos perfumes falsificados – II Co.2:15.
- os perfumes lançados nos vencedores em Roma também exalavam nos primeiros condenados à morte que se lhes seguiam.
- Sabemos que somos bom cheiro através do testemunho de uma vida santificada, uma vida de oração (Ap.8:3,4).
- A mosca caiu porque o recipiente não foi bem guardado. A negligência, a pressa, a omissão do perfumista causaram este mal.
- Podemos destruir nosso ministério por cinco minutos de tolice.
- Precisamos guardar nossa família. Não existe sucesso de um obreiro que justifique o fracasso de um pai.
- Nossos filhos são reflexos das nossas qualidades e defeitos e em proporções mais ampliadas.
- A mosca caiu no perfume, porque é pequena. Tropeçamos em pequenas pedras, não, em montanhas. São os pequenos desvios que nos afastam do nosso caminho. Pequenas coisas trazem-nos grandes prejuízos. Qual é a nossa mosca?
- A mosca pousa na sua cabeça, na sua mente, nas suas vontades, por isso o salmista pede para que sua cabeça seja ungida com óleo.
- Tocar no que não presta é ficar imprestável. Devemos fugir da nossa natureza carnal, que é mais forte do que o diabo – Ag.2:10-13.
- Belzebu, o maioral dos demônios, é o “senhor das moscas”. Tomemos, pois, cuidado!


LIÇÃO 13 TEMA A DEUS EM TODO TEMPO - 4º TRIMESTRE 2013
(Ec 12.1-8)
INTRODUÇÃO
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.13,14). Foi com estas palavras que o sábio Salomão conclui o livro de Eclesiastes. Depois de buscar sentido para a vida no prazer, no vinho, em obras magníficas, em joias preciosas, e nos bens terrenos (Ec 2.1-10), ele conclui que o verdadeiro sentido da vida é temer a Deus e guardar os seus mandamentos. Nesta última lição do trimestre, estudaremos os sábios conselhos do rei Salomão acerca do preparo para a chegada da velhice e da morte, e também sobre o significado de temor do Senhor e sobre os mandamentos divinos.
I – DEVEMOS NOS PREPARAR PARA A VELHICE E PARA A MORTE
Em Ec 12.1-8 Salomão aconselha que o homem deve, desde a sua juventude, lembrar-se de Deus, o Criador, pois, a velhice e a morte são inevitáveis. Vejamos:
1.1 “Lembra-te do teu Criador...” (Ec 3.1a). O termo hebraico para a palavra lembra-te é zãkhar e significa: “lembrar”“recordar”“pensar a respeito” “ser lembrado”. “Lembrar-se” na Bíblia subentende ação. Por exemplo: Quando Deus lembrou-se de Noé, Abraão e Ana, interviu em suas vidas para o seu bem (Gn 8.1-6; 19.29; I Sm 1.19). Por isso, lembrar-se do Criador implica em agir de acordo com os seus mandamentos (Ec 12.13; I Jo 2.4; 3.24), pois foi Ele que nos fez, e dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas (Gn 1.26; At 17.24-26; Hb 11.3).
1.2 “... nos dias da tua mocidade...” (Ec 3.1b). Embora todos os homens devam lembrar-se do Criador, e não apenas os jovens; o sábio Salomão exorta, principalmente a juventude, porque nesta fase da vida é comum surgirem tentações que giram em torno da busca pelo prazer e satisfação pessoal, que podem levar o jovem ao esquecimento de Deus (Ec 11.9,10; Mt 19.16-22; Lc 15.11-15,30; II Tm 2.22).
1.3 “... antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” (Ec 3.1c). Os maus dias, neste texto, referem-se ao cansaço e a fadiga da velhice, quando o homem perde o vigor físico, e os sentidos (audição, visão, paladar, tato e olfato) já não atuam como antes, como podemos ver nos versículos seguintes.
1.4 “Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas...” (Ec 12.2). Na Bíblia Viva, o texto diz: “Os seus olhos ficarão tão fracos que não poderão perceber a luz do sol, da lua e das estrelas...”O que significa dizer que Salomão não estava se referindo a fenômenos que ocorrerão nos astros celestes, e sim, a uma característica da velhice, onde é comum ocorrer limitações e deficiência visual. Portanto, não é o sol, a lua e as estrelas que escurecerão, e sim, a visão, que ao chegar a velhice, já não é perfeita, como ocorreu com Isaque, Jacó, o sacerdote Eli e o profeta Aías, que já não podiam ver, por conta da idade avançada (Gn 27.1; 48.10; I Sm 3.2; 4.15; I Rs 14.4).
1.5 “No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas” (Ec 12.3). Metaforicamente, neste texto, a casa é o corpo; os guardas são os braços; os homens fortes são as pernas; os moedores são os dentes; e, as janelas são os olhos. Em outras palavras, Salomão estava dizendo: “No dia em que teus braços começarem a tremer, e as tuas pernas se tornarem fracas, e teus dentes já não puderem mastigar e os teus olhos estiverem cansados”. Na verdade, tudo isto acontece na velhice!
1.6 “E as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem” (Ec 12.4). As duas portas da rua refere-se aos lábios (Ec 12.4 ARA) que, por falta dos dentes, o barulho da mastigação diminui e já não se pode falar em voz alta. Quanto ao “levantar-se à voz das aves” tem o sentido de acordar mais cedo, ter pouco sono. As vozes também diminuirão, pois, até as cordas vocais, com a idade, perdem a força, e a voz pode perder o timbre ou enfraquecer.
1.7 “Como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça” (Ec 12.5).Neste texto, o sábio lembra diversas experiências da velhice: (1) É comum o medo de altura, pois, com os ossos fragilizados, os velhos são mais cautelosos e temem subir em lugares altos; (2) Também, nessa época, surgem os “espantos no caminho”, ou seja, os temores da vida; (3) Quanto ao “florescer da amendoeira” representa as cãs da pessoa idosa (Gn 42.38; 44.29; Pv 16.31; 20.29), pois, a amendoeira, no Oriente, floresce quando as outras árvores não tem flor. Depois, ela fica branca, pois suas flores são alvas, enquanto as outras árvores ficam escuras, com a folhagem verde; (4) O gafanhoto torna-se um peso quando não há mais disposição para um novo plantio, principalmente, para quem já não tem mais apetite; (5) Ir a casa eterna fala da morte física, que todos estão sujeitos (Gn 3.19; Dt 31.16; Sl 115.17; Jo 11.11; At 5.10; II Co 5.1; II Pe 1.14; Tg 2.26).

1.8 “Antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.6,7). Este texto faz menção a tricotomia do homem, ou seja, corpo, alma e espírito (I Ts 5.23). A cadeia de prata refere-se a alma, a sede das emoções (Gn 2.7; Sl 42.5; 86.4; Ct 1.7; Mc 14.34; Jo 12.27); o copo de ouro diz respeito ao espírito humano que, juntamente com a alma, forma o homem interior (Nm 16.22; Sl 51.10; Jo 4.22,23; Rm 1.9; I Co 14.14,15; II Co 7.1); e, o cântaro “de barro”, é uma alusão ao corpo, que é a parte material do homem (Sl 139.13-16; Rm 6.12-14; 7.24; I Co 6.19,20; II Co 4.14-16; 5.1). O sábio diz ainda que o pó volta à terra, ou seja, o corpo, depois da morte volta ao pó (Gn 3.19) e o espírito volta para o controle de Deus (Lc 16.22).
II - O TEMOR DO SENHOR
O termo hebraico para a palavra teme em (Ec 12.13) é “yare”, que significa: “temer”“reverenciar” ou “respeitar”, e comumente se refere ao temor do Senhor, como em (Pv 1.7) onde o sábio diz que “O temor do Senhor é o princípio da ciência”. Logo, temer a Deus significa honrar e respeitar a Sua autoridade e senhorio. Vejamos alguns exemplos:
 Este temor foi demonstrado quando Abraão se prontificou para oferecer seu filho Isaque em holocausto ao Senhor (Gn 22.12);
 O temor a Deus é ordenado e inspirado pela santidade divina (Dt 13.4; Sl 22.23; Ap 15.4);
 As parteiras de Faraó, temendo a Deus, não mataram os meninos recém-nascidos (Êx 1.17,21);
 Aqueles que temem a Deus são fieis aos Seus mandamentos, pois este temor faz com que eles vivam de acordo com os princípios divinos (Êx 18.21; Dt 6.2);
 O Senhor Deus deveria ser temido por Israel, seu povo (Lv 19.30; 26.2; Js 24.14; I Rs 18.3,12; Jr 26.19);
 Um exemplo inverso: Israel foi destruído pela Assíria porque temia e adorava a outros deuses (Jz 6.10; II Rs 17.7,35).

III – OS MANDAMENTOS DIVINOS
Guardar os mandamentos divinos é a segunda recomendação de Salomão em (Ec 12.3). A palavra guardar, do hebraico “sãmar” tem o sentido de“cuidar”“observar”“preservar” “zelar”. O termo é aplicado a Israel, que deveria observar as leis do Senhor para cumpri-las (Dt 4.6; 5.1) e guardar o caminho do Senhor para andar nele (Gn 17.9; 18.19). Já o termo hebraico para mandamentos é “miswãh” e significa “mandamento”,“ordem”“lei”“ordenança” ou “preceito”. A palavra pode ser aplicada aos decretos emitidos por um ser humano, como um rei (I Rs 2.43; Et 3.3; Pv 6.20; Is 36.21; Jr 15.18); e também pode estar relacionada com um conjunto geral de preceitos humanos (Is 29.13) ou um conjunto de ensinamentos (Pv 2.1; 3.1). Mas, é aplicada, principalmente, aos mandamentos divinos, como veremos a seguir:
 No singular, pode referir-se a um determinado mandamento (I Rs 13.21); mas, aparece mais frequentemente no plural, para designar todo o conjunto da lei divina e sua instrução (Gn 26.5; Êx 16.28; Dt 6.2; I Rs 2.3); 
 O Senhor disse que se os hebreus inclinassem os seus ouvidos aos Seus mandamentos, e guardassem todos os seus estatutos, Ele não enviaria nenhuma das enfermidades que pôs sobre o Egito (Êx 15.26);
 Israel seria abençoado se guardasse os mandamentos divinos (Lv 26.3-13; Dt 28.1-14); mas, seriam amaldiçoados, se não os observassem (Lv 26.14-46; Dt 28.15-68);
 Guardar os mandamentos divinos resulta em longevidade (Dt 4.40; 5.16; Ef 6.1-3);
 O Senhor é misericordioso com aqueles que O amam e guardam os Seus mandamentos (Dt 5.10; 7.9);
 Os israelitas, muitas vezes, transgrediram os mandamentos do Senhor (Jz 2.17; I Rs 9.6; 18.18; Dn 9.5);
 Bem-aventurado é aquele que tem prazer nos mandamentos do Senhor (Sl 112.1; 128.1);
 Jesus repreendeu os escribas e fariseus, porque eles, por causa da tradição dos anciãos, invalidavam os mandamentos divinos (Mt 15.1-20; Mc 7.1-23).

CONCLUSÃO
O propósito de Salomão ao escrever o livro de Eclesiastes foi compartilhar com o próximo, especialmente os jovens, sua experiência pessoal, para que outros não cometam os mesmos erros que ele cometera, que foi buscar sentido para a vida nos prazeres e nas conquistas pessoais. Por isso, ele conclui o livro advertindo que todos devem se preparar para a velhice e para a morte, bem como, sobre o dever de lembrar-se do Criador nos dias da mocidade, temer a Deus e guardar os seus mandamentos.

Lição 13 - tema a Deus em todo tempo



INTRODUÇÃO  

I. UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA 
II. OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA 
III. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA 
IV. PRESTANDO CONTA DE TUDO  

CONCLUSÃO  

PARA CONCLUIR A LIÇÃO   

O JULGAMENTO DAS OVELHAS E DOS BODES  

John Macarthur Jr.  

Tudo no Sermão do Monte caminha em direção a um juízo final, e os temas desse juízo, envolvendo a separação dos crentes dos não-crentes, estão presentes em todo o sermão. Vimos anteriormente que todas as três parábolas desse sermão contêm símbolos gráficos do juízo que está próximo. E o grande tema dominante de todo o sermão ― o repentino aparecimento de Jesus Cristo ― é continuamente retratado como sendo o supremo acontecimento que irá precipitar e sinalizar a chegada de um juízo maciço e catastrófico. Agora Cristo nos dá uma poderosa descrição desse juízo:     

E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.

 – Mateus 25.31-33  

Não há ninguém na Escritura que possa dizer mais sobre isso do que oSenhor Jesus. Ele advertiu repetidamente a respeito do iminente julgamento dos que não se arrependem (Lc 13.3,5). Ele falou muito mais sobre o inferno do que sobre o céu, usando sempre os termos mais nítidos e perturbadores. A maior parte do que sabemos sobre o destino eterno dos pecadores veio dos lábios do Salvador. E nenhuma das descrições bíblicas do juízo é mais severa ou mais intensa do que aquelas feitas por Jesus. 

No entanto, Ele sempre falou sobre essas coisas usando os tons mais ternos e compassivos. Ele sempre insiste para que os pecadores abandonem os seus pecados, reconcialiem-se com Deus, e se refugiem nEle para que não entrem em julgamento. Melhor do que qualquer outro, Cristo conhecia o elevado preço do pecado e a severidade da cólera divina contra o pecador, pois iria suportar toda a força dessa cólera em benefício daqueles que redimiu. Portanto, ao falar sobre essas coisas, Ele sempre usou a maior empatia e a menor hostilidade. E até chorou quando olhou para Jerusalém sabendo que a cidade, e toda a nação de Israel, iria rejeitá-lo como seu Messias e, em breve, sofreria uma destruição total.     

E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas, te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação. 

– Lucas 19.41-44  

Em um importante sentido, todo o Sermão do Monte representa uma simples expansão desse apelo compassivo. Começando no mesmo ponto de partida ―um lamento sobre a iminente destruição de Jerusalém― Cristo simplesmente amplia a sua perspectiva e transmite aos discípulos um extenso apelo que inclui desde o futuro escatológico até o momento do seu retorno e do juízo que o acompanhará. Portanto, esse mesmo espírito que inspirou o pranto de Cristo sobre a cidade de Jerusalém, permeia e dá um colorido a todo o Sermão do Monte. E Mateus, que estava presente e ouviu em primeira mão, registrou tudo isso no seu Evangelho, que é como um farol para todos os pecadores, em todos os tempos. Trata-se do último e terno apelo do Senhor para o arrependimento, antes que seja tarde demais.  

Examinando esse sermão também vemos que todos os vários apelos de Jesus para sermos fiéis e todas as suas advertências para estarmos preparados ficam reduzidos a isso: eles representam um compassivo convite para nos arrependermos e crermos. Ele está nos prevenindo de que devemos nos preparar para a sua vinda porque, quando retornar, Ele trará o Juízo Final. E, ao concluir o seu sermão, Ele descreve detalhadamente esse juízo.  

Essa parte remanescente do Sermão do Monte transmite uma das mais severas e solenes advertências sobre o juízo em toda a Escritura. Cristo, o Grande Pastor, será o Juiz, e irá separar suas ovelhas dos bodes. Estas palavras de Cristo não foram registradas em nenhum dos outros Evangelhos. Mas Mateus, pretendendo retratar Cristo como Rei, mostra-o aqui sentado no seu trono terreno. Na verdade, esse juízo será o primeiro ato depois do seu glorioso retorno à Terra, sugerindo que esta será a sua primeira atividade como governante da Terra (cf. Sl 2.8-12).  Esse evento inaugura, portanto, o Reino Milenial, e é distinto do juízo do Grande Trono Branco descrito em Apocalipse 20, que ocorre depois que a era milenial chega ao fim. Nesse caso, Cristo está julgando aqueles que estarão vivos no seu retorno, e irá separar as ovelhas (os verdadeiros crentes) dos bodes (os descrentes). Os bodes representam a mesma classe de pessoas que são retratadas como servos mais, como virgens imprudentes, e como o escravo infiel nas parábolas imediatamente precedentes.  

Texto extraído da obra “A Segunda Vinda”, editada pela CPAD.   

Clame a Mim - Maria José