segunda-feira, 23 de setembro de 2013


Aprendendo com a experiência de Jó

Jó é o maior exemplo de sofrimento e de paciência em meio a luta registrado nas escrituras sagradas. Imagino que o Senhor permitiu que este livro estivesse nas Escrituras para o nosso ensino e exortação no que diz respeito a estes assuntos. Tiago, apóstolo e irmão carnal do Senhor Jesus escreveu-nos em sua epístola dizendo: “E nós achamos que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento. Vocês têm ouvido a respeito da paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia.” (Tiago 5:11).
Acredito também que o livro de Jó foi escrito e sobreviveu através dos séculos porque, no momento de maior lucidez que ele teve em meio aquele sofrimento todo, antes de fazer a declaração profética que foi a chave de todo o desfecho da situação em que ele se encontrava; declaração que penetrou os céus e “virou o jogo” a seu favor. Antes dessa declaração poderosa ele diz: “Como gostaria que as minhas palavras fossem escritas, que fossem escritas num livro! Ou que com uma ponteira de ferro elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na pedra!” (Jó 19:23,24).
E foi exatamente isto que aconteceu, pois, o que ele declarou profeticamente após falar assim foi poderoso para mudar seu destino e ainda hoje é poderoso para mudar o nosso destino, pois a mesma foi escrita em um livro como ele desejou – no livro de Jó.
O livro de Jó começa assim: “Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado.”
Jó era bom, honesto, temia a Deus e se desviava do mal. Essas prerrogativas positivas foram atribuídas a ele pelo próprio Deus. Veja o verso 8: “Aí o Deus Eterno disse: -Você notou o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado.” (Jó 1:1,8).
Jó era íntegro, temente a Deus e se desviava do mal, mas, havia algo que ele não possuía e, essa coisa que ele não possuía o fez mergulhar num mar de sofrimento e tribulação, permitidos e gerenciados por Deus para que ele não fosse provado além de suas forças. Tribulações que, além de nos ensinar a ter paciência no meio da prova também nos leva a perguntar: porque tais tribulações foram necessárias? Ao descobrir o que faltava em Jó que o levou até lá descobrimos também como saímos de lá, ou até mesmo, como não irmos para lá – como não cair na tentação, na prova, na tribulação. Podemos não cair nelas; podemos sair delas; podemos nos alegrar nelas.
Deus não tem prazer no sofrimento dos seus filhos. Se um pai natural não se alegra no sofrimento do seu filho, muito menos o Pai Celestial. Em primeira de Pedro 1:6 lemos que: “SE NECESSÁRIO sejais contristados por vários provações…” ou seja, a expressão “se necessário” neste texto deixa claro que somente seremos contristados por várias provações se não conseguirmos receber a instrução e a direção de Deus de outra maneira. Este texto deixa claro que o desejo do Eterno não o de nos atribular, e, sim, de nos ensinar. Se fosse ao contrário o Senhor Jesus não teria nos ensinado a orar: “não nos deixes cair em tentação…”. A tentação, a provação, a tribulação existem, mas, você não precisa necessariamente cair nela, pelo contrário: “livra-nos, ó Deus…”. Normalmente quando andamos por uma rua ou estrada naturalmente nos desviamos dos buracos – é instintivo.
Se pudéssemos estabelecer uma ordem, primeiro vem a tentação, depois a provação e por fim a tribulação. Com a permissão de Deus o diabo tenta, Deus prova, e depois somos atribulados para separarmos o que é palha e o que é trigo. O tribulum era uma instrumento usado para separar a palha do trigo.
tribulum – usado para separar o trigo da palha.
No capítulo 42:5 de Jó podemos entender o que faltava na vida de Jó que o levou a passar por tudo aquilo. No fundo o objetivo de Deus era fazer com que ele adquirisse o que lhe faltava. Veja o texto bíblico: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos.”
Veja bem, Jó era homem íntegro, temente Deus e que se desviava do mal, porém não conhecia a Deus pessoalmente. Ele servia um Deus de quem ele tinha ouvido falar e o fazia de forma zelosa, porém, o Senhor Deus, o Eterno deseja mais do que servos – Eles nos quer como amigos. Ele deseja se revelar a mim e a você a cada dia. A Bíblia diz que o Senhor Deus se encontrava com Adão no jardim do Éden todos os dias na viração do dia (Gênesis 3:8). A Bíblia diz que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã… Você não pode pensar na misericórdia de Deus sem pensar na presença do Deus misericordioso. É como se ele nos trouxesse uma dose gostosa de misericórdia no café da manhã. Então, Jó servia a Deus, porém, não conhecia a Deus. E isso fez com que Deus permitisse a tentação, a prova, a tribulação somente para que ele chegasse a este ponto: “hoje os meus olhos te vêm.” Dentro do coração de cada crente deve existir este clamor: “eu preciso te ver, Senhor.”
De acordo com a palavra de Deus a fé cristã está fundamentada sobre três pilares que estão descritos em 1 Coríntios 15:1-8, 11: “Agora, irmãos e irmãs, quero que lembrem do evangelho que eu anunciei a vocês, o qual vocês aceitaram e no qual continuam firmes. A mensagem que anunciei a vocês é o evangelho, por meio do qual vocês são salvos, se continuarem firmes nele. A não ser que não tenha adiantado nada vocês crerem nele. Eu passei para vocês o ensinamento que recebi e que é da mais alta importância: Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; ele foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. Depois apareceu, de uma só vez, a mais de quinhentos seguidores, dos quais a maior parte ainda vive, mas alguns já morreram. Em seguida apareceu a Tiago e, mais tarde, a todos os apóstolos. Por último, depois de todos, ele apareceu também a mim, como para alguém nascido fora de tempo… Assim, não importa se a mensagem foi entregue por mim ou se foi entregue por eles; o importante é que foi isso que todos nós anunciamos, e foi nisso que vocês creram.”
1- Cristo morreu por mim; 2 – Foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia; 3 – APARECEU A PEDRO, AOS DOZE APÓSTOLOS, PARA MAIS DE QUINHENTOS IRMÃOS DE UMA SÓ VEZ, PARA TIAGO E TAMBÉM A PAULO. Enfim, todos nós veremos ao Senhor, mesmo que seja no dia, o dia da sua gloriosa manifestação nas nuvens do céu quando todo olho o verá.
No meio daquele sofrimento um anseio e uma certeza brotou no coração de Jó. Tudo aquilo era para gerar nele esta fome, esta sede, esta convicção. E quando ele recebe dentro de si esta fé sobrenatural, antes de fazer a declaração profética que mudaria o curso da sua vida, ele anseia: há como eu gostaria que isto fosse registrado em um livro… leia o texto como ele é: “Quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem me dera fossem gravadas em livro! Que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim.” (Jó 19:23-27).
Eu sei que o meu Redentor, meu Resgatador, meu Defensor vive e por fim se levantará sobre a terra… Ele não estava se referindo ao Deus do céu, e, sim ao Redentor que se levantaria sobre a terra. Ele teve uma revelação de Jesus Cristo. Na verdade Jó é um exemplo do sofrimento daquele que não têm uma revelação do Redentor, Jesus Cristo. O redentor, ou resgatador, no Velho Testamento era o irmão mais velho da família. Quando a herança era repartida o irmão mais velho recebia dupla porção da herança. A porção extra não era para si próprio. Ela servia para resgatar algum membro da família que se tornava escravo de algum credor. É muito comum na igreja ouvirmos orações inflamadas do tipo: “Senhor, eu quero dupla porção…” Mas, será que tais pessoas estariam disposta a usar a segunda porção para resgatar o irmão necessitado?
Bom, vamos voltar a falar de Jó, pois é muito forte quando ele diz: eu sei que o meu redentor está vivo… ele se levantará sobre a terra… em minha carne eu verei a Deus, ou seja, não seria depois da sua morte, mas, em vida… Vê-lo-ei por mim mesmo… os meus olhos o verão, e não outros… de saudade desfalece o coração dentro de mim.
Agora ele já não estava mais desfalecendo por causa da pobreza, do luto e dos tumores, mas, desfalecia de saudade pela presença gloriosa de Deus. Ao declarar isso, profeticamente ele gerou no mundo espiritual o que se consolidou no mundo natural conforme lemos no capítulo 38. Do capítulo 38 ao 42 Deus aparece para Jó e ele o vê com os seus próprios olhos: Jó 38:1 “Depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó…” Essa conversa entre o Senhor e Jó vai até o capítulo 42 onde ele admite no verso 5: ” eu te conhecia somente de ouvir falar, mas agora os meus olhos te veem por isso me arrependo…” A presença de Deus produz arrependimento, o arrependimento produz santidade, a santidade, a autoridade. Jó era servo de Deus, mas então ele se torna amigo de Deus.
1 Pedro 1:6 “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”
Como eu já mencionei antes, a expressão “SE NECESSÁRIO” dá a idéia que a provação somente vem quando não conseguimos ouvir a Deus de outro modo. Ao ler o texto abaixo extraído do livro de Jó 33:14-30 você compreenderá melhor o que quero dizer:
“Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso…
…Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama, então, lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e livrá-lo da soberba; para guardar a sua alma da cova e a sua vida de passar pela espada…
…Também no seu leito é castigado com dores, com incessante contenda nos seus ossos; de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma, a comida apetecível. A sua carne, que se via, agora desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora se descobrem. A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida, aos portadores da morte. Se com ele houver um anjo intercessor, um dos milhares, para declarar ao homem o que lhe convém, então, Deus terá misericórdia dele e dirá ao anjo: Redime-o, para que não desça à cova; achei resgate. Sua carne se robustecerá com o vigor da sua infância, e ele tornará aos dias da sua juventude. Deveras orará a Deus, que lhe será propício; ele, com júbilo, verá a face de Deus, e este lhe restituirá a sua justiça. Cantará diante dos homens e dirá: Pequei, perverti o direito e não fui punido segundo merecia. Deus redimiu a minha alma de ir para a cova; e a minha vida verá a luz. Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para reconduzir da cova a sua alma e o alumiar com a luz dos viventes.”
O Senhor Deus tem duas maneiras de nos levar a conhecer sua presença, seus propósitos, sua vontade. De acordo com o texto acima podemos afirmar que a primeira opção de Deus é a revelação. A segunda opção, a tentação, a prova, a tribulação. Acredito que é daqui que surgiu aquele velho ditado: Quem não vem a Deus por amor, vem pela dor. Literalmente poderíamos dizer: Quem não conhece a Deus através da revelação o conhecerá através da provação.
É importante lembrar que: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tiago 1:12-15)
Mateus 4:1 “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo…”
Em Joel 2:28 a promessa de Deus sobre o derramamento do Espírito é todos nós teríamos sonhos e visões (revelações), em virtude das quais nós profetizaríamos. Quando entendemos o que o Senhor deseja, fica mais fácil abrir o nosso espírito para receber da parte dele. Deus quer andar conosco, ser nosso amigo, se revelar a nós. Eu já tomei a minha decisão – é isto que eu quero para minha vida: o que Deus quer. E você???
Parece ser este o desejo de Deus em relação a nós desde o princípio. Ele se encontrava com Adão e Eva todos os dias no jardim do Éden, na viração do dia (Gênesis 3:8). Ele disse a Abrão: anda na minha presença e seja perfeito (Gênesis 17:1). Ele disse a Moisés: “a minha presença irá contigo e eu te darei descanso (Êxodos 33:14). O Senhor Jesus disse aos seus discípulos e, consequentemente a nós: estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos, enfim, o Senhor deseja ter comunhão conosco baseada na graça, no favor imerecido. A pergunta é se nós queremos ter comunhão com Ele. Todas as vezes em que o Senhor se manifesta a alguém isto em si já constitui uma prova de Ele deseja se relacionar conosco.
Em nossas reuniões de louvor e adoração que realizamos pelo Brasil e pelo mundo sempre buscamos isso – a Presença; sempre pregamos sobre isso – sobre a Presença, pois sabemos que quando Ela se manifesta o tudo é como o nada, o nada é como tudo e o mais ou menos não existe. Existe um provérbio muito usado na América que diz: “se você olha muito para o abismo, ele olha de volta para você.” O seu inverso também é verdadeiro: se você olha muito para a Presença de Deus Ela olhará de volta para você.
Para finalizar, gostaria que você lesse o Salmo 34: “Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no SENHOR a minha alma; os humildes o ouvirão e se alegrarão. Engrandecei o SENHOR comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome. Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores. Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame. Clamou este aflito, e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações. O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia. Temei o SENHOR, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o SENHOR bem nenhum lhes faltará. Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR. Quem é o homem que ama a vida e quer longevidade para ver o bem? Refreia a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la. Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor. O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para lhes extirpar da terra a memória. Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações. Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra. Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado. O infortúnio matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados. O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.”

sábado, 21 de setembro de 2013


A Parábola do Trigo e do Joio
A segunda parábola proferida por Jesus foi a Parábola do Trigo e do Joio - Mateus 13: 24-30 e 36-43.
Esta, também, é uma parábola que já vem seguida de sua interpretação, dada pelo próprio Mestre.
1 - O que semeou o trigo é o próprio Cristo;
2- O campo é o mundo;
3 - O trigo são os filhos do Reino;
4 - O joio são os filhos do maligno;
5 - O que semeou o joio no meio do trigo foi o inimigo;
6 - A colheita é o fim do mundo;
1 - O que semeou o trigo é o próprio Cristo - Quando Cristo apresenta-se como o dono da lavoura e como aquele que semeia o trigo, Ele está mostrando o caráter universal desta parábola. Na parábola do semeador, o semeador é qualquer um que semeia a mensagem do Evangelho. Nesta, no entanto, o semeador é o proprio Senhor Jesus. Esta parábola trata de todo o Reino de Deus na terra. Onde houver "povo de Deus", aí haverá joio e aí haverá a intervenção do inimigo. Problemas no seio da igreja não é "provilégio" de uma denominação ou de uma igreja local. Cristo, tem como característica principal, agregar em torno de si, pessoas problemáticas. Ele é o carpinteiro de Nazaré e a igreja é sua oficina.
2 - O campo é o mundo - Mais uma vez Jesus mostra que a parábola tem abrangência universal. Onde houver igreja, onde houverem crentes, haverá joio no meio do trigo. Não vale à pena ficar mudando de igreja para livrar-se de pessoas problemáticas.
3 - O trigo são os filhos do Reino - A Igreja é comparada, em vários textos, a uma lavoura, uma plantação e às vezes a uma árvore. Cada um daqueles que nasceram de novo no Reino de Deus estão plantados na casa do Senhor - Sl 92:13  . E de cada um o Senhor espera alcançar frutos - Jo 15:2  .
4 - O joio são os filhos do maligno - JOIO - Lolium temulentum, tipicamente conhecida como joio (ou cizânia), é uma planta anual pertencente à família Poaceae e ao gênero Lolim. De talo rígido, pode crescer até 1 metro de altura, com inflorescências na espiga e grão de cor violeta. Usualmente cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e se considera uma erva daninha desse cultivo. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como "falso trigo". Pode ser venenosa e uma pequena quantidade de joio colhida e processada junto ao trigo pode comprometer a qualidade do produto obtido. Portanto, vem daí a famosa expressão "é preciso separar o joio do trigo", um ditado popular. (fonte: Wikipédia)
Você conhece ou conheceu algum crente cujo comportamento é bem parecido com a descrição acima, feita ao joio? - Pois é, tem gente desse jeitinho na igreja. Só está lá para dar trabalho. Dá tanto trabalho que os servos pediram ao dono da lavoura para arrancarem o joio antes que ele crescesse. Na condição de pastor, a mim já me ocorreu, algumas vezes, de algum obreiro chegar e perguntar-me até quando eu vou tolerar a determinadas pessoas.  Eu percebo que a vontade  deles que que eu tome alguma providência  e expulse/exclua aquela pessoa que comporta-se como joio. Eu não tenho dúvidas que o joio é alguém que foi enviado pelo inimigo para causar problemas no seio da família cristã.
 5 - O que semeou o joio no meio do trigo foi o inimigo -  Povo de Deus, não tenha dúvida que Satanás é o principal interessado em causar danos à obra de Deus. Jesus não usou meias palavras, Ele disse que quem semeou o joio foi o inimigo, o diabo. Nós não temos que viver sutacando o inimigo, mas, também, não podemos deixar de mostrar-lhe a face quando ele age e nos perturba. Tem um ditado popular que diz que quando o diabo não vem, manda seu secretário. É verdade! O inimigo sempre dá um jeito de enfiar algum "secretário" dele pelo meio para causar problemas. Quando Israel saiu do Egito, diz a Bíblia que junto com os israelitas saiu uma mistura de gente - Ex 12:38  . Esse "misto de gente" era o joio que o inimigo infiltrou no meio do povo de Deus e que causou grande inquietação durante os 40 anos que Israel peregrinou no deserto. Em Nm 11:4  . é usado um termo pejorativo para refereir-se a esse povo.
 O grande problema é que assim como o joio parece-se com o trigo, o trigo parece-se com o joio. Pode acontecer de ter um crente dando trabalho na igreja e que não seja joio. Alguém que antes foi um problema ao pastor, de repente, toma postura, e passa a ser uma bênção para aquele e para outros pastores. João Marcos foi um exemplo disto. Em determinado momento ele foi problema para o apóstolo Paulo, em outro momento ele tornou-se útil ao mesmo apóstolo - 2Tm 4:11  .
 É por isso que quando perguntaram ao dono da lavoura se deveriam tirar o joio para que não crescesse junto com o trigo ele respondeu secamente: - Não! - Mt 13:29  . Só o Senhor sabe quem é joio e quem é trigo. Porque nem tudo o que parece é!
 6 - A colheita é o fim do mundo -  A separação é certa, mas não exatamente agora e nem do nosso modo. O fim do mundo é uma expressão que refere-se ao tempo do fim. Não significa exatamente que esta separação do joio e do trigo se dará no dia do Juízo Final. Na verdade, a primeira e grande separação se dará no momento do arrebatamento da Igreja, pois apenas o trigo será arrebatado e quem determinará isto será o próprio Senhor. Ninguém poderá dizer que não subiu porque o pastor não foi com a sua cara. Se era crente e não subiu é porque era joio.

 Agora, há uma coisa que nos conforta: Essa separação do joio acontece mesmo antes do fim. De vez em quando um obreiro, ou mesmo um membro comum da igreja pede carta, repentinamente e deixa a todos perplexos. Só Deus e o pastor sabem o quanto foi bom aquela pessoa resolver sair. O Espírito Santo sabe até que ponto o pastor é capaz  de suportar um "crente joio".

Antioquia
Antioquia-nos-Orontes (do grego, Αντιόχεια, do nome próprio Αντίοχος, talvez vindo de αντι: em lugar de, igual a, em comparação de + οχειον: garanhão) foi uma cidade antiga erguida na margem esquerda do rio Orontes; é a moderna Antakya, na Turquia. Atualmente é um sítio arqueológico.
Foi fundada nos finais do século IV a.C. por Seleuco I Nicator, que a tornou a capital do seu império. Seleuco servira como um dos generais de Alexandre III da Macedônia, e o nome Antíoco ocorria frequentemente entre membros da sua família.
Antioquia ocupa um importante lugar na história do cristianismo. Foi onde Paulo de Tarso pregou o seu primeiro sermão (numa sinagoga), e foi também onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:26).
Escavações arqueológicas têm descoberto numerosas ruínas do passado. O circo, um dos maiores dos templos romanos, a acrópole, numerosos banhos, vilas e cemitérios romanos e belos pisos de mosaico que datam do período apostólico.
Muralhas de Antioquia no monte Silpius, durante as Cruzadas.
Flávio Josefo descreve Antioquia como tendo sido a terceira maior cidade do império e também do mundo, com uma população estimada em mais de meio milhão de habitantes, depois de Roma e Alexandria. Cresceu a ponto de se tornar o principal centro comercial e industrial da Síria Romana. Era considerada como a porta para o Oriente. Júlio César, Augusto e Tibério utilizavam-na como centro de operações. Era também chamada de "Antioquia, a bela", "rainha do Oriente", devido as riquezas romanas que a embelezavam, desde a estética grega até o luxo oriental.
O culto à deusa Astarote pelas mulheres da cidade de Antioquia chocava os cristãos, de forma que foi abolido por Constantino I. A maioria da população era síria (gentios), embora houvesse numerosa colônia judaica. A cultura era tipicamente grego-helenista.
A cidade conservou uma grande opulência e a Igreja continuou a crescer enquanto durou o Império Romano. Em 538 d.C., o rei Cosroes I da Pérsia tomou e destruiu-a. O imperador Justiniano reconstruiu-a, mas no ano 635 d.C., os sarracenos a tomaram, e em 1084 passou para o domínio turco. Excetuando o período decorrente entre 1068 e 1269, em que foi sede de um reino cristão fundado pelos cruzados, o Principado de Antioquia, tem continuado em poder dos muçulmanos. Hoje a moderna Antaquia, permanece sede de um patriarcado das igrejas católica romana e ortodoxa.
Antioquia foi uma cidade da antiga província romana da Pisídia. Foi uma das diversas cidades que receberam o nome de Antioquia, fundadas por Seleuco I Nicator (312 - 280 a.C), em honra a seu pai, Antíoco. As ruínas dessa cidade ficam perto de Halovaque, na Turquia moderna.
Esta cidade específica tinha recebido a posição de colônia romana e era a cidade principal da área conhecida como Phrygia Galatica. É uma cidade montanhosa, erigida numa altitude de cerca de 1.200 metros.
Essa cidade, realmente, não se encontrava na Pisídia, e, sim na Frígia, mas ficava próxima da fronteira com a Pisídia. Assim sendo, veio a ser chamada Antioquia da Pisídia a fim de distinguí-la da outra Antioquia, existente na Cária. Era uma colônia e um posto militar avançado dos romanos, sendo a cidade mais importante da Galácia do Sul.
Ficava situada em uma importante rota comercial entre Éfeso e a Cilícia, e era importante centro do Helenismo. O imperador romano Augusto concedeu-lhe privilégios de colônia romana.
Embora romanizada e falando o latim, nos dias do Apóstolo Paulo, uma inscrição descoberta em Apolônia, uma cidade vizinha, datada dos séculos I ou II D.C., mostra que Antioquia da Pisídia continha algum elemento Judaico em sua população. O santuário da principal divindade de Antioquia, Nem, foi escavado entre 1910 e 1913. Vários remanescentes de estruturas romanas também têm sido desenterrados nessas pesquisas, bem como canos para distribuição de água, transportada pelo aqueduto, um tabuleiro de jogo dos romanos e uma imensa basílica Cristã (pertencente ao século IV

A inexorável lei da semeadura

Nada deveria ser mais ensinada, mais refletido, mais considerado, do que a lei da semeadura. Quiçá para alguém, a sentença anterior pareça exagero, não tenho a mínima dúvida sobre o arrazoado. Ninguém em sã consciência poderá negar que as nossas ações no presente, moldam invariavelmente, o nosso futuro. Ou seja, aquilo que decidimos e fazemos hoje, definirá o nosso amanhã. O que somos e como vivemos hoje, é o resultado de nossa semeadura pretérita. A lei da semeadura estabelece a relação causal entre nossas ações e suas conseqüências.
Destarte, é, não apenas imprescindível, mas imperativo, que se propale esse fato, pois me parece que a maioria das pessoas, ignorando essa lei, lida de forma insensata com a construção de seus próprios futuros. Sabidamente, alguns, mesmo tendo ouvido falar sobre o tema em algum momento, não lhe dão a devida importância e seguem tratando a causalidade de suas ações como algo de somenos importância. Certamente aqui reside a resposta à questão fundamental do porque o sofrimento humano é uma realidade sempre bem presente.
Ora, se estamos falando da relação causa e efeito, devemos retornar e procurar o ponto de partida do atual estado humano. E isso é perfeitamente possível a partir da Bíblia Sagrada, a revelação na forma escrita de Deus, ao homem. A Bíblia menciona com precisão inspirada, que Deus criou o homem segundo a sua imagem, à sua semelhança, isso significa que o homem foi constituído um ser moral. Outro detalhe não menos importante é que o homem originalmente herdou o estado de perfeição, condição inerente a tudo o que procede das mãos de Deus.
Quando lemos na descrição bíblica da criação dos céus e da terra, encontramos cinco vezes a expressão “e viu Deus que era bom” (Gn 1:10,12,18,21,25), no entanto, quando do registro da criação do homem lê-se: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1,31). Observe-se com atenção a frase registrada no ver. 31 e encontrar-se-á a adição do termo “muito”. No contexto em apreço, se utilizado como pronome, “muito” tem a conotação de algo excepcional; se for utilizado como substantivo masculino, expressa algo de grande importância. De toda forma, esse registro ressalta a condição de relevância que o próprio Deus reconhece na sua criação, mormente na pessoa humana.
Portanto, nota-se claramente que a condição primeva do homem era de perfeição e, portanto, se nesse estado tivesse permanecido, teria garantido uma eternidade perfeita. No entanto, faz-se necessário o conhecimento de que o homem recebeu de Deus a capacidade de fazer escolhas, o que Agostinho e nós chamamos de “livre–arbítrio”. Aliás, da criação divina apenas anjos (Jd 6) e homens (Gn 2.17; 4.7) desfrutam dessa prerrogativa.
Aqui reside o X da questão. Não tenho dúvida que o livre-arbítrio é como entendia o bispo de Hipona, um bem doado por Deus ao homem, o problema é que o homem inicialmente não soube fazer bom uso desse bem. E o pior é que a despeito de todas as conseqüências drásticas decorrentes do mau uso dessa dádiva divina, o homem insiste em não querer aprender a lição e continua perpetuando suas decisões erradas. Isso é no mínimo, dramático!
Naturalmente que ninguém pode acusar a Deus de ser o autor do sofrimento humano, pois o homem, por ocasião da sua criação, recebeu todas as condições necessárias e totalmente favoráveis à boa administração do livre-arbítrio. Dessa forma, longe de está no livre-arbítrio, o problema reside na disposição humana de continuar errando em sua administração. E o pior de tudo isso é que o único prejudicado é o próprio homem. Não fosse essa atitude irrefletida e tresloucada do homem, o mal moral seria contido e seus efeitos minimizados a índices insignificantes, até que, o Criador dando seqüência ao plano da redenção humana, o banisse definitivamente.
Entretanto, no momento em que, pela primeira vez, o homem decidiu fazer mau uso do livre-arbítrio, desobedecendo a Deus (Gn 3), tornou-se presa fácil nas mãos de satanás, seu algoz (Ef 2.2). Desde então o maligno o tem cegado espiritualmente (IICo 4.4), e mantido-o na escuridão da ignorância espiritual, de forma que por mais que se debata sofregamente no túnel da agonia existencial, não consegue vislumbrar a glória de Deus.
Para esta situação só existe uma saída. Decidir pedir ajuda a quem pode ajudar. E nesse caso, somente Deus é quem pode resgatar o homem dessa conjuntura. Nesse negócio, um homem não pode ajudar outro homem, porque todos estão na mesma condição. Escravo do pecado e sozinho, o homem jamais conseguirá se libertar desse sistema prisional cíclico, que culminará com a condenação eterna. A Bíblia diz que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7), é como um verdadeiro campo de areia movediça, quanto mais o homem se debate, mais afunda. Todavia, se clamar sinceramente a Deus, será ouvido e atendido. Felizmente, Deus tem um plano eficaz para o resgate. JESUS CRISTO, Ele é a única saída! Permitindo que o nosso livre-arbítrio seja dominado pela ação do Espírito de Deus, então tomaremos as decisões certas e semearemos a semente ideal que proporcionará um futuro eterno de glória.
Apenas quando submetemos de verdade – não apenas de palavras – a nossa vida ao senhorio de Cristo, recebemos uma investidura especial de poder, para subjugarmos todas as concupiscências que carcomem não apenas o nosso presente, mas principalmente, o nosso futuro eterno. Portanto, não devemos esquecer em momento algum que “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.7,8).

segunda-feira, 16 de setembro de 2013


Acordar e não fazer a primeira refeição do dia: o café da manhã, não é nada saudável. Esta refeição é a mais importante! Durante a noite, o nosso organismo continua trabalhando, por isso gastamos energia.
Além disso, muitas pessoas ficam sem comer até o almoço, são muitas horas, o que pode ser prejudicial à saúde. Uma das conseqüências é a queda da glicemia, surgindo sintomas como tontura, indisposição, sonolência, franqueza. Isso sem contar que essa atitude ainda prejudica no processo de emagrecimento.
As desculpas são várias: falta de tempo, não sentir fome, preguiça para preparar algo etc. Por isso elaborei seis opções de café da manhã: natural, prático, fora de casa, reforçado, caprichado e econômico. Veja qual se adapta melhor ao seu dia e paladar e comece a partir de já a realizar essa refeição todos os dias!
Natural
1 pote de iogurte desnatado
1 colher de sopa de granola
1 fatia de pão de forma integral
Creme de ricota para passar no pão
1 copo de suco de laranja pequeno
Prático
1 copo de leite desnatado batido no liquidificador com 1 colher de sobremesa de aveia, ½ maça e ½ banana.
Fora de casa
1 copo de suco de laranja natural
1 pão francês na chapa com queijo branco
Reforçado
1 xícara de leite com café
1 pão francês
1 fatia de queijo prato
1 fatia de peito de peru
Margarina light para passar no pão
1 banana
Caprichado
1 pote pequeno com leite desnatado, sucrilhos, 3 morangos cortados, ½ banana em rodelas e um fio de mel
1 fatia de pão de forma integral com cream cheese
Econômico
1 xícara de chá
4 biscoitos água e sal com requeijão
½ mamão papaya
1 taça de gelatina

Romanos: A Epístola da Justificação pela Fé

Aos Romanos está dividido em duas seções principais: doutrinária (1-11) e práticas cristãs (12-16). O vocábulo justiça e o tema Justiça de Deus (1.17), são dois inabaláveis fundamentos que sustentam toda estrutura doutrinária em Romanos.
Introdução
A epístola de Paulo aos Romanos foi considerada pelo reformador Martinho Lutero o principal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho. O impacto que as magistrais palavras desta carta causaram no ‘Cisne de Eisleben’ fê-lo afixar na capela de Wittemberg suas ‘noventa e cinco teses’. Outros estudiosos e fiéis têm encontrado semelhante conforto e segurança salvífica ao perlustrar os temas doutrinários contidos em Romanos: A justiça divina; a universalidade do pecado; a fé; a salvação; a justificação; a santificação; Adão e Cristo; a salvação de Israel; e o ministério cristão. 
Ocasião e Data
A Carta de Paulo aos Romanos (1.1) foi escrita provavelmente em 57 d.C. na cidade de Corinto, pouco antes da visita do apóstolo à Jerusalém (Rm 15.25-29). A epístola foi ditada pelo Doutor dos Gentios ao amanuense Tércio (Rm 16.22) e entregue à igreja em Roma por Febe, auxiliar da igreja de Cencréia, porto oriental de Corinto (Rm 16.1,2).
A Cidade de Roma
Roma era uma cidade imperial e cosmopolita com cerca de um milhão de habitantes no tempo do Novo Testamento, conhecida, principalmente pela frouxidão moral e relativização dos costumes. A cidade acolhia diversos grupos étnicos e religiosos, dos quais o judaísmo e os judeus eram um dos mais numerosos e importantes. A preocupação do império com a cultura, proselitismo e o fervor da religião judaica desencadeou, em 49 d.C., por meio de um decreto de Cláudio, a expulsão dos judeus de Roma (At 18.2). 
A Igreja em Roma
A igreja que estava na capital do Império era mista, composta por cristãos de origem pagã (1.5,6, 18-32), grega (Epêneto, Apeles, Trifena e Trifosa), judaica (Priscila, Áquila, Maria) e romana (Rufo, Júlia). Compunha-se a igreja também de pessoas provenientes das camadas pobres de Roma, sejam escravos ou livres (Amplíato, Asíncrito, Hermas, Nereu, cf. 16.1-23).
Síntese
Aos Romanos está dividido em duas seções principais: doutrinária (1-11) e práticas cristãs (12-16). O vocábulo justiça e o tema Justiça de Deus (1.17), são dois inabaláveis fundamentos que sustentam toda estrutura doutrinária em Romanos.
 Experiências de fé salvífica em Romanos
Martinho Lutero: Enquanto professor de Teologia na Universidade de Wittemberg, lecionou a Carta aos Romanos, de novembro de 1515 a setembro de 1516. À proporção que se aprofundava na epístola, apreciava cada vez mais a doutrina bíblica da justificação pela fé. Segundo Lutero ele ‘ansiava por compreender a Epístola de Paulo aos Romanos’, mas o tema da ‘justiça de Deus’ o incomodava. O reformador considerava a doutrina da justiça divina como a punição de Deus sobre o injusto. Até que, depois de muito refletir sobre o assunto, entendeu tratar-se da ‘justiça pela qual, mediante a graça e a misericórdia, Deus nos justifica pela fé’. Desde então, afirma Lutero, “senti-me renascer e atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio, agora se tornava indizivelmente bela e me enchia de amor. Este texto veio a ser uma porta para o céu”.
John Wesley: O Avivamento Evangélico do século XVIII teve na figura de John Wesley, o seu mais destacado representante. Mas, nem todos sabem que a Carta aos Romanos foi responsável pela profunda renovação espiritual de Wesley. O renovo espiritual que sacudiu a Inglaterra, na verdade, iniciou em 24 de maio de 1738, quando Wesley visitou uma comunidade cristã na rua Aldersgate. Naquela noite, estava sendo lido o Prefácio de Lutero concernente a Epístola aos Romanos. Assim se expressou Wesley em seu diário, às oito horas e quarenta e cinco minutos: “[...] enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração aquecer-se estranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a minha salvação. Foi me dada a certeza de que Ele tinha levado embora os meus pecados, sim, os meus. E me salvou da lei do pecado e da morte”.
A Doutrina da Justificação em Romanos 1-4
Paulo inicia o tema da Justificação em 1.18 e só o conclui em 4.25. Estes capítulos incluem: a necessidade da justificação (1.18-20), o meio da justificação (3.21-31) e, exemplos da justificação (4.1-25).
O assunto principal dos quatro primeiros capítulos de Romanos é a Revelação da Justiça Salvífica de Deus (1.18 a 4.25). A fim de provar a universalidade do pecado (3.9-20,23) e a necessidade de justificação geral (3.22), Paulo apresenta o juízo divino sobre os pagãos (1.18-32) e judeus (2.1-3.20). Do capítulo 3.21 a 4.25, o apóstolo discursa sobre a atuação da justiça salvífica de Deus em Cristo, a fim de justificar a todos os homens (3.24-26). No capítulo 4, a justiça de Deus é demonstrada por meio da vida de Abraão. Este patriarca ao ser justificado pela fé (4.1-12) tornou-se exemplo dos que pela fé são justificados (4.16.25).
Breve Conceito de Justiça Bíblica
O sentido de “justiça” no Antigo Testamento procede de dois termos hebraicos: “tsedeq”, cujo sentido primário é “ser retilíneo”, “ser reto”, “retidão”; e, “mishpāt”, traduzido por “justiça” e “juízo” (cf. 2 Cr 12.6; Ec 12.14; Sl 1.5; Sl 11.7). Os dois termos descrevem tanto o caráter e a justiça divina quanto à fidelidade de Deus em sua Aliança para com os homens (Dt 32.4; Sl 31.1; 45.7; 119.137,144; Pv 16.33; Is 30.18). O Novo Testamento emprega a palavra “dikaiosynē” para designar os termos “justiça”, “retidão”, “justo”, “reto” e “justificação”. O tema da Justiça de Deus inclui uma série de conceitos que abrangem: aprovar o que é bom em detrimento do que é mal (Êx 34.7; Ec 12.4; Hb 1.9); condenar o ímpio e justificar o justo (2 Cr 6.23); à fidelidade do Senhor em seus atos (Ne 9.3; Is 49.7; 2 Ts 3.3); à ira de Deus (Sl 7.11; Na 1.2,3; Mq 7.8-10); a imparcialidade do juízo divino (2 Cr 19.7; Na 1.3); aos seus mandamentos (Mq 6.8) e, a relação entre justiça e salvação (Sl 98.2; Is 45.21;51.5-8; 56.1). A Bíblia afirma que a justiça e o juízo são à base do governo sempiterno de Deus (Sl 89.14; Hb 1.8). São esses, portanto, os fundamentos pelos quais os politeístas e monoteístas serão julgados (Rm 1.18-32; 2.17-29). O primeiro grupo é os sem lei, enquanto o segundo, aqueles a quem a lei foi dada, isto é, pagãos e judeus (Rm 2.12-29).
A Justificação em Romanos 3.21-31
Esta perícope pode ser dividida em: Exposição da doutrina da justificação (vv.21-26) e, insuficiência humana para justificar-se (vv.27-31). Segue abaixo dez sentenças extraídas do texto bíblico em apreço que sumariza a doutrina da justificação.1. A Justiça manifestada no Antigo Testamento independe da lei (vv.21,31). 2. A justiça de Deus se realiza mediante a fé em Cristo, a favor de todos os que crêem (vv.22, 29,30). 3. Todos pecaram, logo, todos necessitam da justificação em Cristo (vv.23,24). 4. A justificação é gratuita por meio da graça e redenção que há em Cristo (v.24). 5. A base inamovível da justificação é a morte substituta e expiatória de Cristo (v.25). 6. A morte vicária de Cristo, satisfez a justiça de Deus (v.25). 7. Deus é justo ao justificar quem vive da fé em Jesus (v.26). 8. A fé é o meio pelo qual o homem alcança a justificação em Cristo (v.26-28). 9. Ninguém tem qualquer mérito para ser justificado à parte da fé em Cristo (v.27). 10. A fé não anula a lei, mas a estabelece (v.31).
A Justificação Exemplificada: Capítulo 4
Como observamos anteriormente, os três primeiros capítulos de Paulo aos Romanos são os pilares que sustentam toda a estrutura da obra. Nessas três colunas encontramos: 1) a definição do kerygma cristão (1.1-4); 2); o tema da epístola (1.16,17); 3) a condenação dos pagãos (1.18-32); 4) as bases do julgamento divino (2.1-16); 5) a culpa e privilégio dos judeus (2.17-3.8); 6) o pecado e a justificação pela fé em Cristo (3.21-31).
Contexto Judaico
O capítulo 4 é uma apologia contra uma das interpretações rabínicas prevalecente nos dias de Paulo. De acordo com a exegese judaica, Abraão recebera a justiça de Deus (Gn 15.6) por meio de seus méritos e virtudes (Josefo (1); Ec 44.20; 1 Mc 2.52). Para exaltar o patriarca, um partido judeu afirmava que Abraão cumpriu a lei antes de o Senhor a ter entregue a Moisés (2 Baruque 57.1,2). Alguns deles chegaram ao extremo: afirmavam que não foi o Senhor quem escolhera Abraão, mas Abraão quem escolhera o Senhor.(2) Segundo essa escola, Abraão era o modelo dos que são justificados pelas boas obras, ele mereceu conforme a lógica do trabalho e recompensa. Contra essa abordagem é que Paulo desenvolve o texto do capítulo 4.
Estrutura
O presente capítulo possui três divisões principais: 
1. Argumento contra a tese rabínica da justificação pelas obras (vv.1-8): 
Proposição: Não foi as obras, mas a fé que justificou a Abraão.
2. Argumento contra a tese rabínica da lei cumprida por Abraão (vv.9-15):
Proposição: Abraão não foi justificado com base na circuncisão.
3. Argumento a favor da adesão da fé de Abraão (vv.16-25):
Proposição: Abraão confiou incondicionalmente n’Aquele que realiza e cumpre suas promessas a partir do nada.
A Experiência dos Justificados: Capítulo 5.1-11
Contexto
Uma vez provada a tese da justificação unicamente por meio da fé, Paulo, a partir do capítulo 5, muda de palavras-chaves. Antes, o binômio justificação (dikaiosynē) e fé (pistis), agora, justificação e vida (dzōē). Não é mais preciso defender a justificação pela fé, mas apresentar os seus benefícios (v.9). Um fato muito importante é a experiência salvífica: “nós”.
Estrutura
O presente capítulo possui duas principais divisões: vv.1-11 e vv.12-21. O estilo literário da segunda parte difere-se completamente da primeira, principalmente pelo paralelismo antitético entre Cristo e Adão, marcado principalmente pela conjunção comparativa “como” (hōs).
1. A experiência dos justificados (vv.1-11);
a) Paz com Deus (v.1);
b) Acesso ao Pai (v.2);
c) Esperança (vv.3-5a);
d) Habitação de Deus (v.5b);
e) Reconciliação (vv.10,11).
2. O triunfo da graça e vida sobre o pecado e a morte: Contraste entre Adão e Cristo (vv.12-21).
Notas
1 Josefo afirma: “Mas Deus, louvando sua virtude, disse: Não lhe faltará a recompensa, que é justo dar-lhe pelo muito que você realizou” (Antiguidade Judaica, I, 10.3).
2 O livro apócrifo de Jubileu (12.19) afirma que Abraão aos 14 anos havia abandonado a idolatria, escolhendo ao Senhor: “E naquela noite orou, dizendo: Deus meu, altíssimo Deus, só tu és o meu Deus, foi a ti e à tua soberania que eu escolhi”.

Jeremias, sua obra e mensagem

O profeta Jeremias nasceu aproximadamente em 647 a.C., na cidade benjamita de Anatote, terra da família sacerdotal de Abiatar.
Jeremias, o Profeta: aspectos notáveis
O nome Jeremias, do hebraico “Yirmeyahu”, aparentemente significa “O Senhor Estabelece”. Segundo Archer, o nome do profeta se relaciona ao verbo “ramah” (lançar) e pode ser entendido no sentido de lançar alicerces [1]. A profecia de Jeremias projeta-se sobre o nome do seu autor, como afirma Ellisen, pois embora suas profecias fossem contestadas, eram Palavras divinas, sendo que o próprio título anuncia tal certeza [2]. O profeta Jeremias nasceu aproximadamente em 647 a.C., na cidade benjamita de Anatote, terra da família sacerdotal de Abiatar (1 Rs 2.26), localizada a 5 Km a nordeste de Jerusalém. Era filho de Hilquias, sacerdote no período da reforma do rei Josias e bisavô de Esdras (Ed 1.1). Aproximadamente em 626 a.C., no décimo-terceiro ano de Josias, Jeremias iniciou o seu ministério profético quando ainda possuía cerca de vinte anos (1.6), muito embora fosse vocacionado à profeta desde o ventre materno (1.5).
Resistiu inicialmente o chamado profético, sua desculpa, segundo Willmington, era em razão de sua pouca idade [3], entretanto, Harrison acredita que, muito embora o termo usado possa significar “menino”, “criança” ou “adolescente” (Êx 2.6; 1 Sm 4.21), o termo hebraico quer dizer “jovem” ou “rapaz” [4]. Jeremias profetizou cerca de quase um século depois de Isaías [5], e ambos levaram mensagens de condenação ao reino de Judá em decorrência de seu pecado. Para entendermos um pouco da pessoa e da mensagem de Jeremias, podemos compará-lo com Isaías, como vários autores modernos têm feito.
Não contraiu matrimônio, pois fora proibido pelo Senhor como sinal à nação (16.2), e durante cerca de 40 anos (627-586 a.C.) desenvolveu seu ministério profético na capital de Judá, Jerusalém, e por cerca de cinco anos ministrou no Egito (Jr 43-44). Durante o governo do piedoso rei Josias, cerca de trinta e um anos, Jeremias não sofreu qualquer tipo de perseguição, uma vez que mantinha estreitas e amistosas relações com o rei. Na morte do rei Josias, em Megido, Jeremias compôs uma elegia fúnebre (2 Cr 35.25).
Quanto ao caráter, Jeremias era meigo, humilde e introspectivo, mas recebeu da parte de Deus a incumbência de profetizar aos seus contemporâneos. Segundo Baxter, a figura do profeta impressiona pela perseverante paciência [id.ibid.]. Quanto ao público, o profeta Jeremias era impopular. Foi desprezado e perseguido pelos reis devido à mensagem grave de suas profecias contra a monarquia, os falsos profetas, os sacerdotes e contra os injustos. Foi acusado de traição, por ordenar, a mando do Senhor, que Judá se rendesse aos babilônicos. Contudo, nutria grande afeição pelo seu povo e todas essas lutas o aproximava cada vez mais de Deus. O livro de Jeremias revela algo de seus tocantes diálogos com o Senhor (11.18-23; 12.1-6; 15.1-21; 18.18-23; 20.1-18). Ao que parece, o profeta Jeremias possuía certa condição financeira que possibilitava a compra da fazenda empenhorada de um parente falido.
Durante os quarenta anos em que profetizou teve pouquíssimos convertidos, e, mui provavelmente, além de seu amanuense Baruque, não tenha tido conhecimento de qualquer outra pessoa que tenha acreditado em suas profecias, a ponto de segui-lo. As obras da pena de Jeremias, o livro que leva o seu nome e Lamentações, não dizem qualquer coisa concernente a morte do profeta. Aqueles que se propõem a discursar sobre o tema, apenas apresentam a tradição que atesta a morte do profeta no Egito, outros na Babilônia por morte violenta, ou na tranquilidade de sua velhice, entretanto, não sabemos quais dessas tradições são as mais confiáveis. Porém, podemos citar Francisco que afirma: “o profeta morreu como viveu: de coração quebrantado, pregando a um povo irresponsável” [6].
Data e local em que o livro de Jeremias foi escrito
O livro foi escrito entre 627 a 580 a. C. O ministério de Jeremias teve início no reinado de Josias e prosseguiu em Jerusalém durante os 18 anos de reforma e os 22 anos de colapso nacional. Forçado a ir para o Egito com os rebeldes, profetizou ali 5 anos (44.8). O que não pode passar desapercebido quando estudamos o livro do profeta, é que os fatos que constam neste escrito não estão em ordem cronológica. Os capítulos 35 e 36, por exemplo, são anteriores ao tempo do capítulo 31. Lembremos que o formato primitivo dos escritos do profeta Jeremias era o rolo. É provável que Jeremias e Baruque depois de escreverem uma mensagem, se lembrassem de outra que havia sido entregue antes daquela já registrada. Assim, era acrescentada uma nova mensagem à anterior. Essa mistura de mensagens novas e antigas torna difícil ao leitor saber qual a sequência certa em que foram entregues.
Contexto histórico e monárquico do livro de Jeremias
Jeremias profetizou cerca de um século após Isaías; seus contemporâneos foram: Sofonias e Habacuque (no começo) e Daniel (mais tarde). O profeta iniciou seu ministério profético no reinado de Josias, mas seu ofício perpassou o reinado dos últimos cinco reis de Judá (11-3): Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. O fato de Jeremias relacionar-se com cinco dos reis de Judá, fornece a porção essencialmente histórica do seu livro. Vejamos um pouco do relacionamento de Jeremias com os cinco reis de Judá:
Josias - (640 - 609 a.C.) Caps. 1-20: Jeremias mantinha relações cordiais com Josias e, ao que parece, o ajudou na sua política reformadora (2 Rs 23.1). O trecho de Jeremias 11.1-8, refere-se provavelmente ao seu entusiasmo em favor das reformas implementadas por Josias. Josias foi morto ao oferecer resistência ao Faraó Neco (610 - 594 a.C.). Jeremias lamentou profundamente a morte do rei-reformador de Judá (Jr 22.10).
Jeoacaz - ( 609 a.C. 3 meses): Jeoacaz governou por apenas três meses e nada sabemos a respeito do relacionamento de Jeremias com esse rei. (Nada foi escrito em seu tempo).
Jeoaquim (609-597 a.C. - 11 anos) -  Caps. 12.7; 13.27; 21; 25; 27; 28; 33; 35; 36; 45: Jeoaquim reinou de 608 a 597 a.C. e foi apenas um vassalo do poder egípcio. Esse rei destruiu as profecias escritas de Jeremias e também permitiu sua prisão pelos nobres. Chegou a propor a pena de morte a Jeremias (Jr 26.11). Mais tarde foi raptado e levado para o Egito por alguns judeus.
Joaquim (597 a.C. - 3 meses) - Caps. 13.18 ss; 20.24-30; 52.31-34: Joaquim sucedeu ao seu pai Jeoaquim no reino de Judá, mas colheu os péssimos frutos plantados pelos governantes anteriores. Tinha apenas dezoito anos de idade quando subiu ao trono, onde permaneceu apenas três meses. Joaquim foi levado para a Babilônia em decorrência do cativeiro (Jr 13.15-19), e libertado 36 anos mais tarde pelo filho e sucessor de Nabucodonosor (2 Rs 25.27-30).
Zedequias (597-587 a.C. - 11 anos) Caps. 24; 29; 37; 38; 51.59,60: Zedequias era o filho mais novo de Josias e foi o último rei de Judá. Governou por dez anos pagando tributos aos babilônicos e, quando deixou de pagá-los, firmou um acordo com o Egito. Nabucodonosor ficou furioso e enviou um exército para destruir a cidade de Jerusalém. Jeremias opôs-se à rebelião de Zedequias, e por causa do cumprimento de suas predições, foi acusado de favorecer ao inimigo e lançado na masmorra (Jr 27.1-22) [7].
Lições da vida e obra de Jeremias
1. A obra e vida de Jeremias nos ensina que a chamada de Deus é uma ferida incurável. Aquele ou aquela que foi vocacionado(a) por Deus não estará plenamente realizado(a) enquanto não atender ao chamado divino. 
2. O fato de ser chamado(a) não significa que a mensagem proclamada ou a obra realizada terá sucesso. Jeremias profetizou durante quarenta anos sem ao menos obter resultados positivos significativos, apesar de, no fim, o Senhor honrar o profeta e sua profecia.
3. Às vezes, atender ao chamado implica em romper laços afetivos importantes. Jeremias foi proibido de casar e, assim que iniciou o seu ministério, foi desprezado pela própria família.
4. Deus chama pessoas específicas para trabalhos específicos.
5. Embora profeta, não fazia parte da instituição profética palaciana. Isto quer dizer que o Senhor pode chamar alguém que não faça parte do grupo institucional a fim de revelar sua vontade, uma vez que os benefícios da função já institucionalizada podem calar a voz de Deus.
6. Pode-se levar um longo tempo entre a ocasião da chamada divina e a sua efetiva concretização É preciso assim ter paciência e se preparar adequadamente para o cumprimento da vocação.
7. É possível que o vocacionado se canse e desanime, mas não pode recuar. O Senhor o(a) sustentará nos momentos de crise (emocional, espiritual, econômica, etc.).
8. A profecia não se restringe às questões religiosas (por exemplo, idolatria), mas cuida dos aspectos sociais da nação. Jeremias condenou a injustiça social praticada pelo rei contras as viúvas, órfãos, pobres e estrangeiros.

O Coração de Marta no Mundo de Maria

Uma homenagem às missionárias Eva Maria e Miriam Reiche


Ao lermos embevecido as magistrais páginas do Novo Testamento, encontramos personagens que inspiram-nos a viver a vida cristã em sua dimensão mais profunda. Dentre esses destacam-se intrépidas mulheres, que apesar de viverem na sociedade patriarcal hebraica, demonstraram ousadia em professar a sua fé.  Os nomes das que se assentam na galeria neotestamentária somam-se às dezenas, os das anônimas, às centenas. Nem mesmo a história de um povo e de uma época machista, pode apagar as pegadas históricas da mulher que teme e ama a Deus (Mt 26.13).
Marta, a Anfitriã de Betânia (Lc 10.38-42)

Nos limítrofes de nossa inquirição exala o perfume adocicado de uma rara flor denominada ‘Marta’. Seu nome, procedente da língua aramaica (Martâ’), persiste através do idioma grego ou koinê (Martha). O declínio das duas línguas que perpetuam o nome da irmã de Lázaro não foi capaz de eclipsar o intenso brilho de seu testemunho e serviço ao Messias. De significado vigoroso, Marta ou senhora, era a irmã mais velha entre os seus irmãos (Lc 10.38). Seu nome, longe de ser um apelativo, a situava dentro do papel social da família judaica daqueles dias. Era a ‘senhora’ responsável por todo o formalismo cerimonial da recepção judaica ao se receber em casa um conviva. Esse fato tem sido incompreendido por aqueles que veem na amorosa admoestação de Jesus em Lucas 10.41,42, uma repreensão acre ao caráter pragmático de Marta. Receber um rabino em casa era uma tarefa hercúlea que exigia esforço e completa dedicação. Não se pode roubar o perfume de uma flor, muito menos extinguir os méritos sacrificais de uma mulher que ama ao Senhor através de seus serviços. 

Marta, semelhante a sua irmã, Maria, assentava-se aos ‘pés de Jesus’ e ‘ouvia a sua palavra’, mas sua responsabilidade como anfitriã a distraia (Lc 10. 39,40). Estava bifurcada em dois sentimentos opostos: o de adorar através de seu serviço, ou similar a Maria, por meio de seu amor atencioso. Marta, a senhora, estava só e sobrecarregada de afazeres impostos pela etiqueta social, não era vilã, mas cordial e principesca (Lc 10.40). O serviço de Marta garantia a tranquilidade da adoração de Maria, assim como as ocupações litúrgicas de várias mulheres cristãs anônimas permitem a adoração daqueles que adentram a nave dos templos evangélicos. As filhas de Marta são como as colunas dos grandes edifícios modernos, não aparecem, mas sustentam toda a estrutura. Assim como Jesus amava a Marta, ama as mulheres cristãs que se consagram ao seu serviço: “Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro” e a você, filha de Marta (Jo 11.5).
A Confissão de Marta (Jo 11.19-30)

O  hálito gélido do vento leva o perfume das pétalas da flor, assim como Marta foi levada a Jesus pelo falecimento de seu irmão Lázaro (Jo 11.19,20). Os ventos outonais da vida, assim como o aluvião das chuvas de verão, não apenas trazem consigo a dor, mas também disseminam as sementes da esperança. O mesmo vento que arrasa e a mesma inundação que arrasta, são os mesmos que levam a vida a solos estéreis. 

O caráter, idoneidade e fé da “senhora de Betânia” são provados diante da ruptura da vida e do laço com a morte. Um rio em condições normais deposita sedimentos não visíveis aos olhos desatentos, mas agitando-se a água todo o resíduo emerge de suas profundezas. Dificilmente se reconhece a fé e firmeza de uma mulher cristã, quando esta apenas recebe bênçãos, mas vindo a adversidade todo o substrato do seu interior se manifesta, que pode ser tanto límpido quanto turvo.  

A Maria coube-lhe o mérito do amor sacrifical demonstrado pelo seu gesto profético em João 12.3, mas a Marta o de na tempestade articular a segunda declaração de fé cristológica, semelhante a do apóstolo Pedro em Mateus 16.16: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao Mundo”. 

Um sentimento acre-doce, pesar e esperança, apropriou-se de Marta. Estático, não muito distante de sua casa, o cheiro de morte, forçava a rocha sobre o túmulo. Em movimento crescente exalava o perfume da vida em direção a Marta (Jo 11.20). Maria, sua irmã, permanecia ouvindo as lamúrias das carpideiras, enquanto Marta vai ao encontro de Jesus. Duas coisas a “senhora de Betânia” sabia: que tudo quanto Jesus pedisse ao Pai, Ele o faria, e que haverá ressurreição no último dia (Jo 11.22,24). 

Marta na adversidade, não se recolheu, mas creu. No sofrimento não ficou estática - essa é a posição de quem está morto -, porém superou as intempéries, e foi em direção à vida que não estava distante dela, assim como não estava de Maria (Jo 11.20,28). O sofrimento revelou que no íntimo de Marta, havia muito mais do que aquilo pelo qual ainda hoje ela é medida – serviço. Este, ao contrário, não era impulsivo, mas movido por plena fé e urgência sacrifical.
O Verdadeiro Culto Cristão (Jo 12.1-11)
Os elementos necessários a um verdadeiro culto evangélico podem ser percebidos na passagem joanina em epígrafe. O local é a aldeia de Betânia, conhecida como “casa de tâmara”, que representa em João, a comunidade dos restituídos. A primeira restituição e a de Simão, o anfitrião da ceia. Este, anônimo no Evangelho de João, é conhecido pela comunidade dos discípulos por “Simão, o leproso”. Uma leitura despretensiosa de Levítico 13 demonstra como o leproso está desqualificado a viver em comunidade: afastado de sua família e da comunhão religiosa. Todavia, este homem é restituído não somente à saúde física, mas também à comunidade, através de seu encontro com Jesus. Ele nos ensina o primeiro elemento necessário ao culto cristão: a gratidão. Verdadeiros adoradores agradecem ao Senhor em todo o tempo (Sl 103). 

O segundo personagem é Lázaro, o ressuscitado. Este foi reintegrado à vida. O cheiro de morte é dissipado pela fragrância da vida. Está reclinado à mesa com Jesus, ensinado-nos que em uma verdadeira adoração, os adoradores têm expectativa. Lazáro está atento às palavras de Jesus. Na oração dominical somos ensinados a orarmos com expectativa: “Venha a nós o teu reino” (Mt 6.10).

Marta, a “senhora de Betânia”, serve. A verdadeira adoração não se limita ao amor de Maria, a gratidão de Simão, ou a expectativa de Lázaro, mas transcende através do serviço: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). É por esta razão que Paulo afirma que aquele que recebeu o dom de serviço deve servir (Rm 12.7). 

Marta serviu ao Senhor, assim como você o serve, quando prepara na cozinha o alimento para aqueles que adoram, ou quando cuida da higiene do templo para receber a igreja de Cristo. 

É uma honra para a mulher cristã ser Marta.

 

NOS TEMPOS DE SECA (Isaías 41:17-20)

A falta de água no nordeste brasileiro é um dilema que já alcançou repercussão mundial , a falta de chuva torna a terra imprópria para o cultivo e plantação , o que resulta em uma grande perda de animais que morrem com sede e fome. Mais urgente que a água para o nordeste é o avivamento para a igreja brasileira , mais necessário que a chuva no nordeste tem sido o retorno à adoração unidiretiva ao Deus vivo. Em tempos de seca na vida espiritual é preciso que uma sede insaciável por avivamento invada nossos objetivos e se torne prioridade máxima.
    Passamos a uma análise dos capítulos 16,17,18 de 1º Reis onde poderemos entender a necessidade do surgimento de homens zelosos pela vontade de Deus , para que o povo de Sua propriedade exclusiva seja levado a caminhar em santidade , obediência e adoração.

I ) A DECADÊNCIA ESPIRITUAL ( 1 Rs 16:29-34)
 - Em Israel nenhum rei se voltou para os mandamentos de Deus.
- Acabe fez o que era mau aos olhos de Deus , mais do que todos os seus antecessores.
- Casou-se com uma mulher sidonita adoradora de baal.
- Acabe ergueu um altar a baal na casa que construiu em Samaria
- Acabe agravou mais ainda seu pecado contruindo um poste-ídolo
- Deus ama seu povo e quer ser o único a ser adorado.
- A nação israelita pecava por causa do descaso e o abandono a lei de Deus por parte do rei , e se afastavam a passos largos do SENHOR.

II) A PALAVRA PROFÉTICA ( 1 Rs 17:1-24)
- Nos tempos de declínio espiritual vem o juízo sobre Israel, através do profeta Elias dizendo : “Nem orvalho e nem chuva haverá nestes anos”
- Deus providencia o sustendo a Elias enviando-o onde havia uma corrente de água e os corvos o alimentavam.
- Mesmo o profeta foi vítima do juízo de Deus a Israel , depois de alguns dias por não haver chuva sobre a terra , secou-se a corrente de água onde bebia.
- Mas Deus não o desamparou guiando até Sarepta em casa de uma viúva que também já sentia as consequências da falta de chuva.
- Com um pouco de farinha e azeite , o necessário para ela e seu filho fazerem uma refeição e esperarem a morte , foi que Deus multiplicou e os sustentou até o findar da seca.
- É provável que Elias tenha ficado em Sarepta até se apresentar à Acabe.

III) FOCALIZANDO A ADORAÇÃO ( 1 Rs 18:1-40 )
- Após três anos de abstinência chuvosa , Deus ordena a Elias que se apresente a Acabe pois irá fazer chover.
- Elias foi o profeta que restara , em toda terra de Israel foram perseguido e mortos a mando de Jezabel , mulher do rei.
- Pode se imaginar a situação lamentosa do povo não havendo profetas em seu meio.”Não havendo profecia o povo se corrompe”( Pv 29:18 )
- Elias desafia todos os profetas de baal e do poste-ídolo a subirem ao monte carmelo para que o povo visse quem é Deus.
- De cada lado dois novilhos , divididos em pedaços sobre a lenha.
- O desafio consistia em aquele que deitar fogo sobre o holocausto é verdadeiramente Deus.
- Os profetas de baal invocaram o seu deus desde manhã até o meio dia, chegando ao ponto de autoflagelalem porém, sem resposta.
- Elias por sua vez levanta um altar com 12 pedras simbolizando a nação eleita de Deus Elias restaurou o altar (vv.30-32)
- Ao preparar o holocausto Elias ordenou que se despejassem por três vezes cântaros cheios de água sobre e também em redor do sacrifício até se transbordar as pequenas valas que o cercavam.
- “Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde”(vv.36) Elias ora a Deus.
- Elias entende que o desafio visava levar o povo a reconhecer a soberania de Deus e adorá-lo.
- E todo o povo vendo o fogo que veio da parte de Deus incinerar o holocausto e toda água ao redor disseram: “O Senhor é Deus”

IV ) CESSANDO O TEMPO DE SECA ( 1 Rs 18:41-46 )
- O profeta ouve o imperceptível a ouvidos humanos , não havia sequer uma nuvem no céu que indicasse chuva porém conseguia ouvir o som de muita chuva.
- Elias ora e então a chuva cai.

domingo, 15 de setembro de 2013


Aula 12 – A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO


3º Trimestre/2013

 
Texto Básico: Fp 4:10-13

 
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4:13)

 

INTRODUÇÃO


Nesta Aula, trataremos acerca da generosidade da igreja em Filipos para com o apóstolo Paulo. Ela enviara os recursos que Paulo necessitava para suprir suas necessidades na prisão em Roma.Paulo regozija-se em Deus pela atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. O princípio da generosidade está fundamentado na ideia de doar e não de ter. Para que a generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e compaixão sinceros para com aqueles que servem a Igreja. Dar de nós mesmos, e daquilo que temos, resulta em: suprimir as necessidades dos nossos irmãos obreiros que servem a igreja com abnegação e integridade; louvor e ações de graça a Deus(2Co 9:12); e amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda(2Co 9:14). "Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12:30,31). Estes mandamentos eram o estrado da prática cristã na Igreja do primeiro século. E precisa ser, também, da igreja hodierna; caso contrário, ela perderá, indubitavelmente, a sua identidade como igreja local de Cristo.

I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA


1. Paulo agradece aos filipenses. Em Fp 4:10-19, Paulo expressa, com ênfase, sua gratidão pela oferta que Epafrodito lhe trouxera da igreja de Filipos. Paulo se regozija uma vez mais (Fp 4:10), pois, passado algum tempo, os filipenses lhe haviam enviado outra oferta para a obra do Senhor. Ele não os culpa pelo tempo em que nada recebeu; antes, lhes dá crédito pelo fato de que desejavam ajudá-lo, mas faltava oportunidade. Neste tributo de gratidão, Paulo dá um belo testemunho de sua relação com a igreja filipense na realização da obra missionária. Paulo nunca pediu a qualquer das igrejas que o sustentassem, contudo, os crentes de Filipos tinham desejado sinceramente ofertar, de forma que Paulo aceitou, porque eles o fizeram voluntariamente e porque ele estava atravessando um momento de necessidade.

2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. O amor mútuo e profundo dos irmãos filipenses pelo apóstolo Paulo era forjado nas raias do sofrimento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar o conforto do farisaísmo para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto representava. Por isso, Paulo tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor dos da igreja de Filipos: não para o dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia por detrás daquele ato genuinamente cristão da igreja de Cristo em Filipos. Este ato amoroso era o motivo da sua grande alegria; não era o valor da oferta recebida, mas aquilo que ela representava, pois essa não era uma oferta negociada pelas regras comerciais e de mercado, mas gerada pelo amor recíproco da comunidade de Filipos para com seu pai na fé. Paulo compreendia que, através da demonstração de amor dos seus filhos na fé, o próprio Cristo o fortalecera no amor partilhado pelos seus irmãos. Paulo vivia uma vida de grande contentamento em Deus, pois no amor recíproco ele sente-se recompensado por Deus em tudo. O contentamento de Paulo o faz jamais elevar a sua voz para murmurar das circunstâncias que lhe rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação de padecer por amor ao Evangelho.

3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Em 1Co 9:11-18, Paulo escreveu que ele não aceitava ofertas da igreja coríntia porque ele não queria ser acusado de pregar somente para ganhar dinheiro. Mas Paulo ensinou que era uma responsabilidade da igreja sustentar os ministros de Deus, os missionários e os pastores que exercem com dedicação plena a liderança do rebanho de Deus – “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho (1Co 9:13,14).

Não há qualquer fundamento para que se diga, como alguns, na atualidade, que não há qualquer necessidade de uma contribuição financeira na Igreja. O texto bíblico mostra, claramente, que devemos contribuir para a manutenção e sustento da obra de Deus e que esta obra envolve despesas e a necessidade de sustento daqueles que se dedicam integralmente a ela. Acredito que a maior atitude de amor que uma igreja demonstra é aplicar recursos na obra do Senhor, sustentando com dignidade os obreiros que dedicam com amor a obra do Senhor.

Em nossos dias, dias de “amor ao dinheiro” (1Tm 6:10), vemos dois fenômenos totalmente inadmissíveis para o povo de Deus:

- Primeiro, a “mercantilização da fé”. Muitos, aproveitando-se dos mandamentos bíblicos referentes à contribuição financeira, estão a tornar as igrejas locais em verdadeiras “empresas religiosas”, onde há uma sede de arrecadação que tem em vista tão somente a formação de impérios empresariais travestidos de organizações ou empreendimentos eclesiásticos e a nutrição de uma vida nababesca de poucos, que não estão nem um pouco preocupados com a obra de Deus, que se fazem cercar de um sem-número de “parasitas”, aproveitadores das “migalhas” que caem das mesas desses “mercenários”.

- Segundo, o “consumismo desenfreado”. Este fenômeno, característico do pós-modernismo,tem tomado conta dos corações de muitos crentes que direcionam os seus recursos para a satisfação de seus desejos e prazeres incontidos, com o desvio dos recursos que deveriam ser destinados à obra de Deus, e que servem apenas para a satisfação dos interesses materiais e mundanos dos que cristãos se dizem ser, e que fazem com que muito do que poderia ser utilizado na obra de Deus seja destinado para “mercenários” e para pessoas totalmente descompromissadas com o Evangelho.

Quando há compromisso com a Palavra de Deus, também comprometemos o nosso patrimônio com as “coisas de cima”, com aquilo que contribuirá para a salvação das almas e a glorificação do nome do Senhor. Pensemos nisto!

II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO


1. O contentamento de Paulo. “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4:11). Embora estivesse muito satisfeito com a generosidade dos filipenses, Paulo esclareceu que tinha aprendido um importante segredo para a vida cristã: que ele poderia se contentar com o que tinha, fosse muito ou pouco. Paulo explicou que a sua suficiência estava somente em Cristo, que provê a força para que enfrentemos todas as circunstâncias.

É importante que os crentes percebam que o “contentamento” bíblico não significa uma acomodação em relação aos desafios da vida, nem tampouco um desinteresse por melhorar o crescimento profissional, educacional, etc. Trata-se de um estado de alma, que possuímos em Cristo tudo quanto nos é necessário para nossa alegria, paz e comunhão com Deus e os homens.

Para Paulo, o contentamento que experimentava na riqueza e pobreza, na fartura ou miséria, eram reflexos de uma mesma realidade vivida na presença de Deus. A certeza de que Deus estava nele, que havia concedido a ele o seu Reino, transcendia suas experiências pessoais e as colocava num universo eterno. Penso que foi isso que Jesus experimentou. Sua vida não foi sempre um arranjo de fatos agradáveis. Experimentou o abandono, angústia, tristeza, traição, alegria e exultação, e todas essas experiências fizeram parte do Reino que havia sido entregue.

O contentamento não será encontrado na próxima curva, na visita ao shopping center, no novo emprego ou nas coisas simples e rotineiras, mas nas experiências que a graça de Deus nos concede dia a dia. Contentamento não significa não passar pelos vales sombrios da morte, mas gozar a plenitude do Reino, do amor, da justiça e da paz.

Para ter o verdadeiro contentamento, lembre-se de que tudo pertence a Deus e que aquilo que temos nos foi dado por Ele. Sejamos agradecidos pelo que temos, não cobiçando o que os outros possuem. Peçamos sabedoria para usarmos sabiamente o que temos. Oremos pedindo ao Senhor a graça necessária para abandonarmos o desejo exasperado pelo que não temos. Confiemos que Deus suprirá as nossas necessidades.

Muitas pessoas que se dizem cristãs têm sido fiéis e leais ao Senhor Jesus enquanto as condições permitem, isto é, enquanto tudo está bem, quando os ventos são favoráveis, quando não falta dinheiro, quando a família está com saúde. Porém, vindo as aflições, perseguições, carência de dinheiro, etc., deixam de olhar para o Autor e Consumador da fé (Hb 12:2), e começam a murmurar e a questionar a Deus pela situação que está atravessando. Daí começa o descontentamento, a tristeza, e em seguida partem para a infidelidade, que é um sinal de desconfiança e incerteza. É fácil ser fiel quando tudo vai bem. Quando as coisas vão mal, a fidelidade é um “sacrifício”. O que o Espírito Santo deposita dentro de nós através da fidelidade atravessa qualquer barreira, transpondo todos os obstáculos contrários à fé. E Deus sempre está provando a nossa fidelidade para com Ele. Devemos estar cônscios de que os desertos não são apenas os momentos difíceis por que passamos aqui, não! Os “desertos” são a trajetória de nossa jornada rumo ao Céu. Pense nisso!

2. “Sei estar abatido” (Fp 4:12). Paulo sabia “estar abatido” ou “humilhado” (ARA), isto é, quando não tinha suprimento para as necessidades básicas da vida, e também sabia “ser honrado”, ou seja, quando recebia mais do que necessitava. “Em todas as circunstâncias”, já tinha experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez. Como Paulo aprendeu tal lição? Simplesmente porque tinha a certeza de estar na vontade de Deus onde quer que estivesse, fossem quais fossem as circunstâncias. Sabia que estava ali pela vontade de Deus. Assim, se passasse fome, era porque Deus queria que ele passasse fome. Se estivesse fartura,era porque Deus planejou que fosse assim. Estando ocupado fielmente no serviço do Rei, ele podia dizer: “Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”. Portanto, quer Paulo tivesse muito ou pouco, ele era capaz de manter a vida em equilíbrio por causa do contentamento. Que lição importante para todos os crentes, das igrejas locais de hoje, aprenderem!

III. A PRINCIPAL FONTE DE CONTENTAMENTO (Fp 4:13)

“Tudo posso naquele que me fortalece” (ARA) ou “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”(ARC)A declaração de Paulo aqui não é uma declaração de pensamento positivo. O que Paulo está dizendo é que foi capacitado por Deus para passar por qualquer situação, fosse de abundância ou escassez, de humilhação ou honra, de fartura ou fome. Certamente, o obreiro de Deus precisa estar pronto para tudo isso e não apenas alegrando-se com as riquezas ou abundância.

1. Cristo é quem fortalece. “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Esta expressão, obviamente, não significa todas as coisas no sentido pleno; Paulo não se tornara onipotente. Paulo não pode tudo; ele pode todas as coisas dentro da vontade de Deus. Ele pode todas as coisas em Cristo, e não à parte de Cristo. A razão da “fortaleza” do apóstolo Paulo não é a sua experiência, a sua força, o seu conhecimento, a sua influência ou os seus ricos dons e talentos, mas Cristo. Ele tudo pode porque o Todo-Poderoso Filho de Deus é quem o fortalece. Ele é como uma máquina ligada na fonte de energia, a força do seu trabalho vem não dele mesmo, mas do poder que vem de Cristo. É Cristo quem fortalece.

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.  Este versículo pode ser dividido em duas partes:

- Primeira parte: “Posso todas as coisas”. Parar aí e tirar as palavras de seu próprio contexto poderia sugerir a ideia de autoconfiança e presunção. É o tipo de mensagem que frequentemente ouvimos de oradores motivacionais, aqueles que são pagos para animar auditório, entreter o povo: “Você pode fazer tudo o que quiser se colocar a sua mente nisto”. Mas isto não é o que o versículo diz.

- A segunda parte: “naquele que me fortalece”. Esta parte revela a fonte da nossa força:Cristo. Deus quer que realizemos muito para Ele neste mundo, mas somente através de Cristo. Em vez de confiarmos em nossa própria força e habilidades, devemos confiar em Cristo e em seu poder. Pense nisso!

As palavras confiantes de Paulo podem ser pronunciadas por todos os cristãos. O poder que recebemos quando estamos em união com Cristo é suficiente para que tenhamos condições de fazer a sua vontade e enfrentemos os desafios que surgem do nosso compromisso de fazê-la.

2. Cristo é a razão do contentamento. O contentamento de Paulo não veio de uma auto-disciplina estóica. Antes, ele veio de Cristo. Este é a razão do contentamento. No contexto, a frase “todas as coisas” (ARA) refere-se à lista contida em Fp 4:11,12. Em cada circunstância possível, Paulo podia estar verdadeiramente contente, porque ele não deixava que as circunstâncias adversas determinassem a sua atitude. Cristo o estava fortalecendo, para que o apóstolo pudesse dar continuidade ao seu ministério e à obra de anunciar o Evangelho, quer ele tivesse abundância ou padecesse necessidades. Paulo tinha a completa confiança de que, a despeito das circunstâncias, Cristo lhe daria a força necessária para vencer qualquer adversidade.

3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Para Paulo, o cumprimento da missão que Jesus lhe tinha investido era fonte de seu contentamento. Pregar o Evangelho em toda parte era o seu objetivo precípuo; nenhuma dificuldade financeira, política ou social roubaria a sua visão missionária, o impediria de ganhar almas para o Reino de Deus – “Mas em nada tenho aminha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24). Paulo era um obreiro destemido e determinado, não se angustiava pela privação material e social, porque tinha plena confiança no provimento divino. A alegria do Senhor era a sua força (Ne 8:10).

CONCLUSÃO


Diante do que foi exposto aqui nesta Aula, avigora-nos dizer que a obra missionária é um trabalho que exige um esforço conjunto da igreja e dos missionários. A cooperação é o melhor caminho para a realização da obra missionária. Paulo não poderia levar a cabo tudo o que fez sem o apoio e a ajuda da igreja filipense. Essa igreja deu-lhe suporte financeiro e sustentação espiritual. Aqueles que estão na linha de frente precisam ser encorajados pelos que ficam na retaguarda: "... porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1Sm 30:24). Deus chama uns para irem ao campo missionário e aos demais para sustentar aqueles que vão. A sua igreja é uma igreja missionária qual a de Filipos? Caso não seja, infelizmente, ela perdeu a sua identidade original. Pense nisso!

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