sábado, 21 de setembro de 2013


A inexorável lei da semeadura

Nada deveria ser mais ensinada, mais refletido, mais considerado, do que a lei da semeadura. Quiçá para alguém, a sentença anterior pareça exagero, não tenho a mínima dúvida sobre o arrazoado. Ninguém em sã consciência poderá negar que as nossas ações no presente, moldam invariavelmente, o nosso futuro. Ou seja, aquilo que decidimos e fazemos hoje, definirá o nosso amanhã. O que somos e como vivemos hoje, é o resultado de nossa semeadura pretérita. A lei da semeadura estabelece a relação causal entre nossas ações e suas conseqüências.
Destarte, é, não apenas imprescindível, mas imperativo, que se propale esse fato, pois me parece que a maioria das pessoas, ignorando essa lei, lida de forma insensata com a construção de seus próprios futuros. Sabidamente, alguns, mesmo tendo ouvido falar sobre o tema em algum momento, não lhe dão a devida importância e seguem tratando a causalidade de suas ações como algo de somenos importância. Certamente aqui reside a resposta à questão fundamental do porque o sofrimento humano é uma realidade sempre bem presente.
Ora, se estamos falando da relação causa e efeito, devemos retornar e procurar o ponto de partida do atual estado humano. E isso é perfeitamente possível a partir da Bíblia Sagrada, a revelação na forma escrita de Deus, ao homem. A Bíblia menciona com precisão inspirada, que Deus criou o homem segundo a sua imagem, à sua semelhança, isso significa que o homem foi constituído um ser moral. Outro detalhe não menos importante é que o homem originalmente herdou o estado de perfeição, condição inerente a tudo o que procede das mãos de Deus.
Quando lemos na descrição bíblica da criação dos céus e da terra, encontramos cinco vezes a expressão “e viu Deus que era bom” (Gn 1:10,12,18,21,25), no entanto, quando do registro da criação do homem lê-se: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1,31). Observe-se com atenção a frase registrada no ver. 31 e encontrar-se-á a adição do termo “muito”. No contexto em apreço, se utilizado como pronome, “muito” tem a conotação de algo excepcional; se for utilizado como substantivo masculino, expressa algo de grande importância. De toda forma, esse registro ressalta a condição de relevância que o próprio Deus reconhece na sua criação, mormente na pessoa humana.
Portanto, nota-se claramente que a condição primeva do homem era de perfeição e, portanto, se nesse estado tivesse permanecido, teria garantido uma eternidade perfeita. No entanto, faz-se necessário o conhecimento de que o homem recebeu de Deus a capacidade de fazer escolhas, o que Agostinho e nós chamamos de “livre–arbítrio”. Aliás, da criação divina apenas anjos (Jd 6) e homens (Gn 2.17; 4.7) desfrutam dessa prerrogativa.
Aqui reside o X da questão. Não tenho dúvida que o livre-arbítrio é como entendia o bispo de Hipona, um bem doado por Deus ao homem, o problema é que o homem inicialmente não soube fazer bom uso desse bem. E o pior é que a despeito de todas as conseqüências drásticas decorrentes do mau uso dessa dádiva divina, o homem insiste em não querer aprender a lição e continua perpetuando suas decisões erradas. Isso é no mínimo, dramático!
Naturalmente que ninguém pode acusar a Deus de ser o autor do sofrimento humano, pois o homem, por ocasião da sua criação, recebeu todas as condições necessárias e totalmente favoráveis à boa administração do livre-arbítrio. Dessa forma, longe de está no livre-arbítrio, o problema reside na disposição humana de continuar errando em sua administração. E o pior de tudo isso é que o único prejudicado é o próprio homem. Não fosse essa atitude irrefletida e tresloucada do homem, o mal moral seria contido e seus efeitos minimizados a índices insignificantes, até que, o Criador dando seqüência ao plano da redenção humana, o banisse definitivamente.
Entretanto, no momento em que, pela primeira vez, o homem decidiu fazer mau uso do livre-arbítrio, desobedecendo a Deus (Gn 3), tornou-se presa fácil nas mãos de satanás, seu algoz (Ef 2.2). Desde então o maligno o tem cegado espiritualmente (IICo 4.4), e mantido-o na escuridão da ignorância espiritual, de forma que por mais que se debata sofregamente no túnel da agonia existencial, não consegue vislumbrar a glória de Deus.
Para esta situação só existe uma saída. Decidir pedir ajuda a quem pode ajudar. E nesse caso, somente Deus é quem pode resgatar o homem dessa conjuntura. Nesse negócio, um homem não pode ajudar outro homem, porque todos estão na mesma condição. Escravo do pecado e sozinho, o homem jamais conseguirá se libertar desse sistema prisional cíclico, que culminará com a condenação eterna. A Bíblia diz que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7), é como um verdadeiro campo de areia movediça, quanto mais o homem se debate, mais afunda. Todavia, se clamar sinceramente a Deus, será ouvido e atendido. Felizmente, Deus tem um plano eficaz para o resgate. JESUS CRISTO, Ele é a única saída! Permitindo que o nosso livre-arbítrio seja dominado pela ação do Espírito de Deus, então tomaremos as decisões certas e semearemos a semente ideal que proporcionará um futuro eterno de glória.
Apenas quando submetemos de verdade – não apenas de palavras – a nossa vida ao senhorio de Cristo, recebemos uma investidura especial de poder, para subjugarmos todas as concupiscências que carcomem não apenas o nosso presente, mas principalmente, o nosso futuro eterno. Portanto, não devemos esquecer em momento algum que “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.7,8).

Sem comentários:

Enviar um comentário