quarta-feira, 7 de agosto de 2013



É hora de deixar seu filho crescer


foto: Carlos Alberto Silva
Alessandra Pimentel
Alessandra de Souza Pimentel garante que o cuidado com o filho Nicolas é na medida: “Não fico em cima sempre, deixo ele ser criança”


"Mãe, posso brincar na rua?", "Posso dormir fora?" "Posso ir à sorveteria?"... Diante de tantos pedidos, os pais mais preocupados têm uma única resposta: o "não". Negativa para livrar os pequenos da violência e mantê-los bem longe de qualquer dor. Essa proteção até faz parte da arte de ser pais, mas deve ter limites.

Os pequenos precisam se sentir livres e experimentar um pouco de risco, o que ajuda inclusive a desenvolver o senso de responsabilidade, afirma a psicopedagoga Maria José Cerutti Novaes. "As crianças precisam se aventurar. É preciso verificar se o ambiente é seguro, mas sem exagerar no controle", defende a especialista.

A empresária Alessandra de Souza Pimentel confessa que é muito difícil não se preocupar o tempo todo com o filho Nicolas, de 6 aninhos. "Não fico em cima sempre, deixo ele brincar e ser criança, mas tem sempre alguém de olho", conta a mãe coruja.

E com as saídas mais precoces dos pequenos, liberar os filhos mais cedo para se aventurar sozinhos não é nada fácil. Eles querem dormir na casa do coleguinha, ir ao cinema com os amigos, pegar ônibus para ir à escola e ficar bem longe dos pais quando a turma está por perto. Para lidar com isso de forma tranquila, a psicopedagoga diz que os pais devem dar liberdade aos poucos, fazendo pequenas experiências para perceberem se eles se sentem confiantes e até onde podem ir por conta própria. "Dormir fora de casa, por exemplo, faz parte do crescimento e não tem problema, desde que os pais conheçam e confiem na família do amiguinho", diz.

O mesmo vale se o filho for para uma festinha e outros pais ficarem de levá-lo. Você pode se oferecer para ser o motorista da vez e aproveitar para conhecer o local do evento.

Ensine
Se o seu "bebê" já está mais crescidinho e pede para pegar o ônibus sozinho, o melhor é acompanhá-lo e fazer o trajeto várias vezes com ele, sugere Maria José. Ensine-o que ônibus pegar, como atravessar a rua com atenção, como cuidar do material escolar para evitar perdê-lo ou ser roubado.

É preciso saber também se o filho está preparado para dar passos mais largos. "Observe a postura dele. Quando o grupo de amigos está mais definido e você tem uma certa convivência é bom sinal", reforça Maria José.
É preciso aceitar o crescimento dos filhos
A maioria dos pais sente medo de deixar os filhos saírem para o mundo justamente porque os amam e não querem que sofram. Por outro lado, admitir que o filho está crescendo é reconhecer que os pais estão envelhecendo, e muitos não aceitam isso, portanto, preferem tratar os filhos como eternas crianças dependentes.

"Quem controla e vigia cada passo do filho tem uma insegurança excessiva e isso não é bom nem para a criança nem para a família", opina a psicopedagoga Maristela do Valle.

O desenvolvimento da autonomia dos pequenos acontece aos poucos, antes mesmo dos primeiros passos, defende a especialista. "Alguns pais impedem que a criança engatinhe e também insistem em deixá-la no carrinho por um longo tempo, mas queimar etapas prejudica o desenvolvimento emocional dela", alerta.
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Obrigada a todos os leitores  Ana Paula

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