3º Trimestre_2013
Texto Básico: Filipenses 1:27-30; 2:1-4
“Somente deveis portar-vos dignamente
conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja
ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente
com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”(Fp 1:27)
INTRODUÇÃO
Nesta aula trataremos acerca do
comportamento dos cristãos. Uma vez que a pessoa convertida recebe a
justificação por meio de Jesus Cristo, “deve andar como Ele andou”
(1João 2:6). Isto será demonstrado através de sua conduta, do seu viver diário,
independente das circunstâncias. A conduta do crente deve refletir a de uma
pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Somente por
meio da Palavra de Deus é que iremos saber se o comportamento do crente é
correto ou não. Somos exortados, pela Palavra de Deus, como deve ser a nossa
conduta “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis
como luzeiros no mundo” (Fp 2:15). O crente deve manter um padrão exemplar
de conduta, para que em tudo, Cristo venha a ser glorificado. A Palavra de Deus
nos exorta a nos portarmos dignamente diante de Deus e dos homens - “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1:27).
I. O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (Fp 1:27)
“Somente deveis portar-vos
dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer
esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo
juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho” (Fp 1:27).
Paulo escrevia de Roma, o centro do
Império Romano. Foi o fato de ser cidadão romano que o conduziu à capital do
império. Filipos era uma colônia romana, uma espécie de miniatura de Roma. Nas
colônias romanas, os cidadãos jamais esqueciam que eram romanos: falavam o
latim, usavam vestimentas latinas, davam a seus magistrados os títulos latinos.
Desse modo, Paulo está dizendo aos crentes de Filipos que assim como eles
valorizavam a cidadania romana, deveriam também valorizar, e ainda mais, a
honrada posição que ocupavam como cidadãos do céu – “Mas a nossa cidade está
nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp
3:20).
1. O crente deve “portar-se
dignamente”. Os crentes de Filipos deviam viver
como pessoas convertidas tanto dentro da igreja quanto fora, no mundo. A fé que
abraçamos precisa moldar o nosso caráter. O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando
Juan Carlos Ortiz, diz que a vida do cristão é o quinto evangelho, a página da
Bíblia que o povo mais lê. Precisamos viver de modo digno para não sermos causa
de tropeço para os fracos. Precisamos viver de modo digno para não baratearmos
o evangelho que abraçamos. Precisamos viver de modo digno para ganharmos outros
com o nosso testemunho.
2. Para que os outros vejam. Neste texto de Fp 1:27, Paulo deixa transparecer sua preocupação com a
unidade na Obra de Deus. Havia um pequeno foco de cizânia naquela igreja. A
igreja de Filipos estava sendo atacada numa área vital, a quebra da comunhão
(Fp 2:1-4; 4:1-3). Seus membros estavam fazendo a obra de Deus, mas divididos.
Paulo os exorta a estarem firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando
juntos pela fé evangélica. Por isso ele escreve num tom de exortação: “...para
que, quer vá e vos veja, quer esteja
ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo
juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”.
Não podemos ter nenhuma dúvida, todos
aqueles que fazem a igreja local devem lutar juntos, não por modismos,
doutrinas de homens, mas pela unidade da fé em Cristo Jesus, pela unidade
doutrinária. A igreja não é apenas um amontoado de gente vivendo num parque de
diversão, mas um grupo de atletas trabalhando juntos pelo mesmo objetivo. Paulo
diz que os crentes devem trabalhar como atletas de um time, todos com a mente
focada no mesmo alvo: o avanço do evangelho. A desunião trás escândalos à Obra
de Deus, inibe o progresso do evangelho. Pense nisso!
II. O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (Fp 1:28-30)
“E em nada vos espanteis dos que
resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de
salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo,
não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo
combate que já em mim tendes visto e, agora, ouvis estar em mim”.
1. O ataque dos falsos obreiros. Paulo havia
enfrentado uma oposição severa em muitas cidades, incluindo Filipos. Se ele foi
perseguido por causa de sua fé, os cristãos deveriam esperar o mesmo
tratamento. Os inimigos do cristianismo incluíam o império romano, a população
filipense pagã(a quem Paulo havia enfrentado – At 16:16-24) e falsos obreiros
que haviam se infiltrado em muitos círculos cristãos e a quem Paulo censurou em
muitas de sua cartas. A igreja precisaria ser forte dentro da comunhão, a fim
de suportar as investidas dos inimigos da obra de Cristo. É triste perceber que
muito tempo e esforço são perdidos em algumas igrejas, pelas brigas de umas pessoas
contra as outras, em vez de se unirem contra a verdadeira oposição! É
necessário que uma igreja corajosa resista à luta corpo a corpo e mantenha o
propósito comum de servir a Cristo.
2. Padecendo por Cristo. “E em nada vos
espanteis... Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente
crer nele, como também padecer por ele...”. A igreja de Filipos
estava enfrentando uma ameaça interna (a quebra da comunhão) e uma ameaça
externa (a perseguição). Paulo os exorta a trabalharem unidos e também a
enfrentarem os adversários sem temor, sabendo que o padecimento por Cristo é
uma graça (Fp 1:29), pois até mesmo a perseguição à igreja vem da parte de
Deus. É bem verdade que somente pela fé, que vem pela graça, pode o sofrimento
ser considerado um privilégio.
O rev. Hernandes Dias Lopes, citando
Ralph Martin, diz que os planos de Deus incluem o sofrimento das igrejas (Fp
1:29), visto que a natureza da vocação cristã recebeu o seu modelo do próprio
Senhor encarnado que sofreu e foi humilhado até à morte e morte de cruz (Fp
2:6-11). A vida da igreja deriva daquele que exemplificou o padrão do
"morrer para viver". Dessa forma, não há absolutamente nada
incoerente, nem inconsistente, no "destino dos cristãos como comunidade
perseguida, inserida em um mundo hostil" (Fp 2:15). Enquanto muitos pregam
que a glória é a insígnia de todo cristão, Paulo afirma que a marca distintiva
do crente é a cruz. O sofrimento por causa do evangelho não é acidental, mas um
alto privilégio, nada menos do que um dom da graça de Deus! A cruz dignifica e
enobrece.
III. PROMOVENDO A UNIDADE DA IGREJA (Fp 2:1-4)
Concordo com o rev. Hernandes Dias
Lopes quando diz que a unidade espiritual da igreja é uma obra exclusiva de Deus. Não podemos produzir unidade,
mas apenas mantê-la. Todos aqueles que creem em Cristo, em qualquer lugar, em
qualquer tempo, fazem parte da família de Deus e estão ligados ao corpo de
Cristo pelo Espírito. Essa unidade não é externa, mas interna. Ela não é
unidade denominacional, mas espiritual. Só existe um corpo de Cristo, uma
Igreja, um rebanho, uma noiva. Todos aqueles que nasceram de novo e foram
lavados no sangue do Cordeiro fazem parte dessa bendita família de Deus.
Essa unidade é construída sobre o
fundamento da verdade. Fora da verdade, não há unidade (Ef 4:1-6). Por isso, a
tendência ecumênica de unir todas as religiões, afirmando que a doutrina divide
enquanto o amor une, é uma falácia.
Muitos cristãos fraquejam, ensarilham
as armas e fogem do combate na hora da tribulação. Outros se distanciam não da
obra, mas dos irmãos, e rompem a comunhão fraternal. Paulo os exorta a estarem
juntos e firmes, lutando pela fé evangélica.
1. O desejo de Paulo pela unidade – “Portanto, se há
algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no
Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo,
para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o
mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2:1,2).
Paulo queria a unidade na Igreja
filipenses para que eles pudessem dar continuidade ao ministério do Evangelho;
mas tal unidade só seria possível se eles estivessem unidos a Cristo, para que
houvesse relacionamentos harmoniosos entre os próprios crentes.
Os filipenses haviam dado a Paulo
grande alegria (Fp 1:4). Contudo, Paulo estava ciente de uma falta de unidade
na igreja filipense. Por exemplo, os crentes estavam demonstrando um falso
senso de superioridade espiritual sobre os outros (Fp 2:3), e alguns não
estavam trabalhando harmoniosamente com outros (Fp 4:2). Paulo sabia que até
mesmo o inicio de uma divisão poderia causar grandes problemas, a menos que as
“rachaduras” fossem consertadas rapidamente.
Por causa de sua experiência comum em
Cristo e sua comunhão comum com o Espírito Santo, eles deveriam concordar
sinceramente uns com os outros. Isto não significa que os crentes tenham que
ter a mesma opinião em tudo; em vez disso, cada crente deve ter a mente (ou
atitude) de Cristo, que Paulo descreve com detalhes em Fp 2:5-11.
Paulo também queria que os membros da
Igreja estivessem amando uns aos outros. O amor de Cristo o trouxe do Céu, em
uma situação humana humilde, para morrer em uma cruz em favor dos pecadores.
Embora os crentes não possam fazer o que Cristo fez, eles seguem o exemplo de
Cristo quando expressam o mesmo amor no seu trato com os outros (veja Gl 5:22).
O Espírito Santo deve unir os crentes
em um só corpo. Quando eles permanecem firmes no Espírito, superam pequenas
diferenças e trabalham vigorosamente em direção a um só propósito – um só
objetivo (Fp 3:14,15). O objetivo da Igreja é anunciar o Evangelho.
Uma igreja unificada é uma fortaleza
extraordinária contra qualquer inimigo. A própria unidade da igreja filipenses
iria garantir que ela pudesse se opor a qualquer perseguição ou falsa doutrina
que pudesse surgir em seu caminho.
2. O foco no outro como em si mesmo
–“ Nada façais por
contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros
superiores a si mesmo”(Fp 2:3).
Os membros da igreja de Filipos
estavam causando discórdia por suas atitudes ou ações. Eles desejavam
reconhecimento e distinção, não por motivos puros, mas meramente por serem
egoístas. As pessoas deste tipo não podem trabalhar com outras pessoas na
igreja com o mesmo pensamento e amor (Fp 2:2). Quando as pessoas são egoístas e
ambiciosas e tentam apenas causar uma boa impressão, elas destroem a unidade da
igreja. Portanto, não se deve fazer absolutamente nada por ambição egoísta ou vanglória, uma vez que são dois dos maiores
inimigos da união entre o povo de Deus.
Quando encontramos alguém desejoso de
reunir um grupo em torno de si, a fim de promover os próprios interesses, ali encontramos
as sementes da contenda e da porfia. O remédio está na ultima parte do
versículo: “por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.
Isso não quer dizer que devemos pensar que um criminoso pode ter um caráter
melhor que o nosso, mas que devemos viver para os outros sem egoísmo algum,
colocando os interesses dele acima dos nossos.
É fácil ler uma exortação dessas na
palavra de Deus; absorver seu verdadeiro significado e pô-lo em prática é outra
história. Considerar os outros superiores a nós mesmos é coisa estranha à nossa
natureza, e não conseguiremos fazer isso por esforço próprio. Somente pelo
Espírito Santo e fortalecido por ele podemos assumir tal atitude. Considerar os
outros superiores a nós mesmos significa que estamos cientes dos nossos
próprios defeitos e estamos, assim, dispostos a aceitar os defeitos nos outros
sem menosprezá-los.
3. Não ao individualismo. Paulo ainda adverte: “Não atente cada um para o que é propriamente
seu, mas cada qual também para o que é dos outros “(Fp 2:4).
Ter interesse em proteger os
interesses alheios faz parte dos alicerces da ética cristã. No mundo, cada um
cuida primeiro de si, pensa somente em si, e seu olhar está atento apenas aos
próprios interesses. Os interesses dos outros estão fora de seu verdadeiro
campo de visão. Por isso, tampouco existe no mundo verdadeira comunhão, mas
somente o medo recíproco e a ciumenta autodefesa contra o outro. Na irmandade
da Igreja de Jesus, pode e deve ser diferente. Cada crente não deve ficar
completamente absorvido pelo que é “propriamente seu”, mas deve também estar
interessado nos “outros”, observando os seus pontos positivos e qualidades.
Precisamos ter a mesma atitude de Cristo, que sacrificou a si mesmo, para que
possamos olhar além de nós mesmos e enxergar as necessidades dos outros. É
quando entregamos nossa vida em serviço dedicado aos outros que nos erguemos
acima da luta egoísta dos homens.
CONCLUSÃO
“Abstende-vos de toda aparência do
mal” (1Tes 5:22). A conduta certa, o modo de viver certo, o comportamento
correto, tudo isso depende única e exclusivamente de uma submissão de nosso
próprio ser ao senhorio de Jesus Cristo. Só assim, seremos capazes de praticar
os princípios contidos em Sua Palavra. “Portanto, vede prudentemente como
andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias
são maus” (Ef 5:15,16).
Estude e aprenda com o blog da Ana, afinal sempre é bom apreciarmos a palavra do Senhor.
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