Introdução ao Novo Testamento
Novo Testamento é o
nome que se dá ao conjunto de vinte e sete livros cristãos que fazem parte da
Bíblia Sagrada. O adjetivo “novo” contrasta esta coleção de escritos cristãos
com os trinta e nove livros da Bíblia Hebraica, que os cristãos chamam de
“Antigo Testamento”.
A palavra
“testamento” quer dizer “aliança”. Deus havia feito uma aliança com o seu povo
escolhido, o povo de Israel: eles seriam o seu povo, e ele seria o Deus deles
(Gn 15.17-20; 17.1-14,21; 28.10-15). Por meio do profeta Jeremias, Deus
prometeu fazer uma nova aliança com o seu povo (Jr 31.31-34), e a sua
promessa se cumpriu por meio de Jesus Cristo (Lc 22.20; Hb 9.15). Fazem parte
do povo da Nova Aliança todos aqueles que aceitam e proclamam Jesus Cristo como
o seu Salvador e Senhor.
Os primeiros
seguidores de Jesus eram os judeus, a exemplo do próprio Jesus. E todos eles
tinham as Escrituras do Antigo Testamento como a sua Bíblia. Os escritores dos
livros do Novo Testamento (“Nova Aliança”) usavam o Antigo Testamento para
mostrar que, por meio de Jesus Cristo, Deus havia cumprido as promessas que ele
havia feito ao seu povo. O próprio Jesus fez isso, como se vê claramente em
Lucas 24.25-37, 44-47.
Todos os Livros do
Novo Testamento foram escritos em grego, o grego coinê (“comum”), que era
falado em todo o Império Romano. E, quando os autores citavam o Antigo
Testamento, eles se valiam da Septuaginta, a tradução das Escrituras Hebraicas
pra o grego que tinha sido feita no terceiro século antes de Cristo. Em vários
lugares a Septuaginta diverge do texto hebraico, como mostra, por exemplo, a
citação do Sl 40.6 em Hb 10.5.
Os títulos “Antigo
Testamento” e “Novo Testamento” só começaram a ser usados pelos cristãos no fim
do segundo século depois de Cristo.
Conteúdo do Novo
Testamento
Os livros do NT se
dividem em quatro grupos:
1- Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
1- Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
2- Histórico: Atos dos
Apóstolos.
3- Cartas (21):
a) Treze cartas de
Paulo: Rm; 1 e 2Co; Gl; Ef; Fp; Cl; 1 e 2Ts; 1 e 2Tm; Tt e Fm.
b) A carta aos
Hebreus
c) Sete cartas
gerais: Tg; 1 e 2Pe; 1,2 e 3Jo; Jd.
4- O Apocalipse
O texto do Novo
Testamento
Todos os vinte e
sete livros do NT foram escritos em grego, durante a segunda metade do primeiro
século da era cristã. O primeiro a ser escrito foi, ao que parece, a Primeira
Carta de Paulo aos Tessalonicenses, lá pelo ano 50 dC. Acredita-se que o último
a ser escrito foi o Evangelho de João, perto do fim do primeiro século dC.
Todos os documentos
originais (chamados de “autógrafos”, que quer dizer “escrito pelo autor”) se
perderam. O que temos são cópias de cópias, feitas à mão. As cópias mais
antigas são do segundo século da era cristã. Ao todo, existem mais de cinco mil
manuscritos gregos preservados, embora somente uns duzentos sejam cópias
completas do NT. Mesmo assim, temos mais e melhores manuscritos do NT do que
qualquer outro livro da antiguidade. Isso quer dizer que, no que diz respeito
ao texto original, estamos certos em pelo menos 99% do NT.
Para se editar um NT
grego, trabalha-se com todos os manuscritos gregos disponíveis. Também se leva
em conta as traduções mais antigas feitas para o latim, o siríaco, o copta, o
etíope, o armênio e outras línguas. Essas traduções são importantes na medida
que refletem o original grego a partir do qual foram feitas. Além disso, há
milhares de citações do NT feitas por autores cristãos durante os primeiros
três ou quatro séculos da era cristã.
Cânon do Novo
Testamento
“Cânon” vem da
palavra grega “kanon”, que quer dizer “regra”, “medida”, “norma”. Os vinte e
sete livros do NT foram escritos num período de mais ou menos cinqüenta anos,
mas demorou bastante tempo até que houvesse um acordo geral sobre quais livros
mereciam a confiança e seriam a norma para a fé e a conduta dos seguidores de
Cristo.
Pouco a pouco, os
livros foram sendo aprovados. Já no segundo século, havia clareza quanto aos
quatro Evangelhos e algumas Cartas do apostolo Paulo. No fim do terceiro
século, havia um consenso geral quanto ao número dos livros, mas somente no
quarto século é que houve unanimidade completa: eram vinte e sete livros, nem
mais nem menos, para mostrar o que os cristãos precisam crer e como devem
viver.
O mundo do Novo
Testamento
Situação Política:
Quando Jesus nasceu, a terra de Israel fazia parte do Império Romano e era governada pelo rei Herodes, o Grande (47-4 aC). Depois da morte de Herodes (Mt 2.19-21), o reino foi dividido entre os seus filhos: Arquelau, tetrarca da Judéia e Samaria (Mt 2.22); Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Peréia (Lc 3.1), e Filipe, tetrarca da Ituréia, Traconites e outras regiões orientais do norte (Lc 3.1).
Quando Jesus nasceu, a terra de Israel fazia parte do Império Romano e era governada pelo rei Herodes, o Grande (47-4 aC). Depois da morte de Herodes (Mt 2.19-21), o reino foi dividido entre os seus filhos: Arquelau, tetrarca da Judéia e Samaria (Mt 2.22); Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Peréia (Lc 3.1), e Filipe, tetrarca da Ituréia, Traconites e outras regiões orientais do norte (Lc 3.1).
No ano 6 dC,
Arquelau foi deposto pelo Imperador Augusto, e dali em diante a Judéia foi
governada por Procuradores romanos. Um deles, Pôncio Pilatos, governou de 26 a
36 dC.
Embora as
autoridades romanas procurassem fazer um governo justo, para muitos judeus era
intolerável que o povo de Deus fosse dominado por pagãos. Os membros do partido
de Herodes (Mt 22.16; Mc 3.6; 12.13) queriam que um dos descendentes do rei
Herodes governasse, em vez do Governador romano. E os nacionalistas (Lc 6.15;
At 1.13) – também conhecidos como “zelotes” – queriam levar os judeus a se
revoltarem contra Roma. Finalmente, em 66 dC, estourou a revolta, que durou até
o ano 70, quando os romanos destruíram Jerusalém e o Templo.
Diante disso, muitos
judeus deixaram a Palestina e passaram a viver no mundo gentio, aumentando
assim o número de judeus que faziam parte da “Dispersão” (a Diáspora). Em vez
do Templo, as Sinagogas se tornaram o centro principal do Judaísmo, e, antes do
fim do primeiro século dC, o cânon da Bíblia Hebraica (AT) foi fixado.
Para os cristãos
daquele tempo, o poder de Roma foi um beneficio. As excelentes estradas
facilitavam as viagens dos missionários cristãos que saíram a levar o evangelho
a todos os povos. As autoridades romanas tinham classificado o Judaísmo como
uma “religião lícita” e, por extensão, fizeram a mesma coisa com a religião
cristã. Não era contra a lei romana ser um cristão.
Mas, no fim do
primeiro século, Roma começou a exigir que todos os cidadãos do Império
confessassem que o imperador era divino. Isso os seguidores de Jesus não podiam
fazer e, por isso, eles foram perseguidos e mortos. Foi nesse tempo que o
último livro do NT, o Apocalipse, foi escrito.
Situação Religiosa:
No primeiro século da era cristã, Jerusalém era a cidade de Deus, e o Templo era onde ele se fazia presente entre o seu povo. Ali, os judeus ofereciam os seus sacrifícios. Jerusalém era o palco das grandes festas religiosas, com destaque para a Páscoa, a Festa da Colheita e a Festa das Barracas. Nessas ocasiões, todos os homens judeus deviam ir a Jerusalém e participar dessas festas (Dt 16.16,17).
No primeiro século da era cristã, Jerusalém era a cidade de Deus, e o Templo era onde ele se fazia presente entre o seu povo. Ali, os judeus ofereciam os seus sacrifícios. Jerusalém era o palco das grandes festas religiosas, com destaque para a Páscoa, a Festa da Colheita e a Festa das Barracas. Nessas ocasiões, todos os homens judeus deviam ir a Jerusalém e participar dessas festas (Dt 16.16,17).
O Sumo Sacerdote
ocupava o mais alto cargo na hierarquia religiosa dos judeus. Ele era o
presidente do Conselho Superior, integrado por setenta e um membros, inclusive
o presidente. Uma vez ao ano, no Dia do Perdão, ele entrava no Lugar Santíssimo
do Templo e ali oferecia sacrifícios para conseguir o perdão dos seus próprios
pecados e dos pecados do povo de Israel.
Na época de Jesus, o
Sumo Sacerdote era Caifás (de 18-36 dC), genro de Anãs, que tinha sido o Sumo
Sacerdote antes dele (Lc 3.2).
Outros membros do
Conselho Superior eram os “chefes dos sacerdotes”, membros de famílias
sacerdotais importantes.
Os sacerdotes eram
descendentes de Arão, bisneto de Levi, filho de Jacó. Eles ofereciam os
sacrifícios no Templo de Jerusalém. Os levitas, auxiliares dos sacerdotes, eram
descendentes de Levi, mas não de Arão. Além de ajudarem os sacerdotes a
oferecer os sacrifícios, eles formavam a guarda do Templo, para manter a ordem
e defender o Templo contra qualquer ataque.
Partidos Religiosos
e Políticos
Fariseus:
Um dos principais grupos religiosos dos judeus. Eles seguiam rigorosamente a Lei de Moisés, as tradições e os costumes dos antepassados (Mt 9.11,14; 12.1,2; 19.3; Lc 18.11,12; At 15.5). Eles foram contra Jesus (Mt 9.34; 12.14; 16.1-12; Jo 9.17; 11.47,48,57), mas alguns deles o trataram com respeito e cordialidade (Lc 7.36-50; 11.37; Jo 3.1; 7.50,51; 19.39,40). O apostolo Paulo foi criado fariseu (At 23.6; 26.5; Fp 3.5,6) e aluno do renomado mestre fariseu Gamaliel, de Jerusalém (At 22.3).
Um dos principais grupos religiosos dos judeus. Eles seguiam rigorosamente a Lei de Moisés, as tradições e os costumes dos antepassados (Mt 9.11,14; 12.1,2; 19.3; Lc 18.11,12; At 15.5). Eles foram contra Jesus (Mt 9.34; 12.14; 16.1-12; Jo 9.17; 11.47,48,57), mas alguns deles o trataram com respeito e cordialidade (Lc 7.36-50; 11.37; Jo 3.1; 7.50,51; 19.39,40). O apostolo Paulo foi criado fariseu (At 23.6; 26.5; Fp 3.5,6) e aluno do renomado mestre fariseu Gamaliel, de Jerusalém (At 22.3).
Mestres da Lei:
Judeus eruditos que eram mestres das Escrituras hebraicas, especialmente dos livros da Lei de Moisés, os primeiros cinco livros da Bíblia. Estes homens esclareciam dúvidas sobre o que as Escrituras Hebraicas querem dizer, citando opiniões dos famosos mestres judeus do passado. Eram chamados de “Rabi” (ou “Rabôni”), que quer dizer “Meu Mestre” (Mt 2.14; 5.20; 7.29; 15.1,2; 22.25; Mc 1.22; Lc 7.30; 10.25; 11.45,46,52; At 5.34).
Judeus eruditos que eram mestres das Escrituras hebraicas, especialmente dos livros da Lei de Moisés, os primeiros cinco livros da Bíblia. Estes homens esclareciam dúvidas sobre o que as Escrituras Hebraicas querem dizer, citando opiniões dos famosos mestres judeus do passado. Eram chamados de “Rabi” (ou “Rabôni”), que quer dizer “Meu Mestre” (Mt 2.14; 5.20; 7.29; 15.1,2; 22.25; Mc 1.22; Lc 7.30; 10.25; 11.45,46,52; At 5.34).
Nacionalistas:
Partido de judeus que lutavam contra o domínio romano (pagão) na terra de Israel (Lc 6.15 e At 1.13).
Partido de judeus que lutavam contra o domínio romano (pagão) na terra de Israel (Lc 6.15 e At 1.13).
Nicolaítas:
Seguidores de uma seita herética que perturbavam as igrejas em Éfeso e de Pérgamo (Ap 2.6,15)
Seguidores de uma seita herética que perturbavam as igrejas em Éfeso e de Pérgamo (Ap 2.6,15)
Partido de Herodes:
Judeus que preferiam ser governados por um descendente do rei Herodes, o Grande,em vez de um governador romano, como Pôncio Pilatos (Mt 22.16; Mc 3.6; 12.13).
Judeus que preferiam ser governados por um descendente do rei Herodes, o Grande,em vez de um governador romano, como Pôncio Pilatos (Mt 22.16; Mc 3.6; 12.13).
Saduceus:
Um pequeno mas poderoso grupo religioso dos judeus. Faziam partes desse partido os sacerdotes e as pessoas ricas e de influência de Jerusalém (At 5.17). Eles baseavam seus ensinamentos principalmente nos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Não acreditavam na ressurreição, no juízo final ou na existência de anjos (Mt 22.23-33). Os saduceus não se davam bem com os fariseus (Mt 22.23-32; At 23.6-9), mas às vezes se juntaram com eles contra Jesus (Mt 16.1-4).
Um pequeno mas poderoso grupo religioso dos judeus. Faziam partes desse partido os sacerdotes e as pessoas ricas e de influência de Jerusalém (At 5.17). Eles baseavam seus ensinamentos principalmente nos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Não acreditavam na ressurreição, no juízo final ou na existência de anjos (Mt 22.23-33). Os saduceus não se davam bem com os fariseus (Mt 22.23-32; At 23.6-9), mas às vezes se juntaram com eles contra Jesus (Mt 16.1-4).
Samaritanos:
Pessoas nascidas em Samaria, região que ficava entre a Judéia e a Galiléia. Os judeus e os samaritanos n ao se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (Mt 10.5; Lc 9.52,53; 17.15-18; Jo 4.7-9,20; 8.48).
Pessoas nascidas em Samaria, região que ficava entre a Judéia e a Galiléia. Os judeus e os samaritanos n ao se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (Mt 10.5; Lc 9.52,53; 17.15-18; Jo 4.7-9,20; 8.48).
Fonte:
Bíblia de Estudo NTLH
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