segunda-feira, 8 de julho de 2013

Esperança em meio à adversidade

"Porque para mim o viver é cristo, e o morrer é ganho"(Fp 1.21).


  • Introdução


Nesta lição veremos como a paixão pelas almas consumia o coração de Paulo. Embora preso em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho. E, tendo como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina aos filipenses que nenhuma adversidade será capaz de arrefecer-lhes a fé em Cristo. Ao contrário, ele demonstra o as suas adversidades foram positivas ao progresso do Reino de Deus.

I- Adversidade: uma contribuição para a proclamação do evangelho

  1. Paulo na prisão. Paulo estava preso em Roma, aguardando o julgamento. Ele sabia que tanto poderia ser absolvido como executado. Todavia, não se achava ansioso. O que mais desejava era, com toda ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo não era um preso qualquer; sua segurança estava sob os cuidados da guarda pretoriana (1.3). Constituída de 10 mil soldados, esta guarda se encarregava-se de proteger os representantes do Império Romano em qualquer lugar do mundo. Sua principal tarefa era a proteção do Imperador.
  2. Uma porta se abre através da  adversidade. Uma das principais contribuições da prisão de Paulo foi a livre comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo. Os cristãos estavam espalhados por toda cidade de Roma e adjacências. Definitivamente a prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho e o promoveu universalmente. Deus usou o sofrimento do apóstolo para que o Evangelho fosse anunciado de Roma para o mundo (v.13).
II- O testemunho de Paulo na adversidade. (1.12,13)

  1. O poder do Evangelho. De modo objetivo, Paulo diz aos filipenses que nenhuma cadeia será capaz de impor limites ao Evangelho de Cristo. Esse sentimento superava todas as expectativas do apóstolo concernentes ao crescimento do Reino de Deus. O seu propósito era ver as Boas Novas prosperando entre os gentios. Portanto, nenhum poder humano conterá o força do Evangelho, pois este é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).
  2. A preocupação dos filipenses com Paulo. Está implícita a preocupação dos filipenses com o bem-estar de Paulo. Eles o amavam e sabiam do seu ardor em proclamar o Evangelho. Todavia, achavam que sua prisão prejudicaria a causa Cristão. O versículo 12 traz exatamente essa conotação: "E quero, irmãos, que saibais as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do Evangelho". Para o apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda mais para o progresso da mensagem evangélica (v.13).
  3. Paulo rejeita a autopiedade. Paulo era missionário consciente da sua missão. Para ele, o sofrimento no exercício do santo ministério era circunstancial e estava sob os cuidados de Deus (v.19). Por isso, não manisfestava autopiedade; não precisava disso para conquistar a compaixão das pessoas. Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo passageiro, pois os infortúnios servem para encher-nos de esperança, conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de "que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Rm 8.28)
III - Motivações para a pregação do Evangelho (1.14-18)

Duas motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava. São elas: 
  1. A motivação positiva. "E muitos dos irmãos no senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor" (v.14). Estava claro para os cristãos romanos, bem como para a guarda pretoriana, que o processo judicial contra Paulo era injusto, porque ele não havia cometido crime algum. Além de saberem da inocência do apóstolo, os pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem do Evangelho (v.13). O resultado não poderia ser outro. Os cristãos filipenses foram estimulados a anunciar o Evangelho com total destemor e coragem.
  2. A motivação negativa. A prisão de Paulo motivou os cristãos a proclamar o Evangelho de "boa mente" e "por amor". Mas havia aqueles que usavam a prisão do apóstolo para garantir vantagens pessoais. Dominados pela inveja e teimosia, agiam por motivos errados. Mas pelo Espírito, o apóstolo entendeu que o mais importante era anunciar Cristo ao mundo "de toda a maneira". Isto não significa que Paulo aprovava quem procedia dessa forma, porque um dia todo mau obreiro terá de dar contas de seus atos ao Senhor (Mt 7.21-23).
IV- O dilema de Paulo (1.19-22ss.) 

  1. Viver para Cristo. "Nisto me regozijo e me regozijarei ainda" (v.18). Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do Evangelho no mendo. Viver, para o apóstolo, só se justifica se a razão for o ministério cristão: "porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deve escolher"(vv.21,22). A morte para ele era um evento natural, mas glorioso. Significava estar imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo para Paulo, o principio, a essência e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus. Por isso, podia dizer: "E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20)
  2. Paulo supera o dilema. "Estar co Cristo" e "Viver na carne". Este era o dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava estar na plenitude com o Senhor. Todavia, o amor dele pelos gentios era igualmente intenso. "Ficar na carne" (v.24), aqui, refere-se à vida física. Isto é: viver para disseminar o Evangelho pelo o mundo. Mais do que escolha pessoal, estar vivo justifica-se apenas para proclamar o Evangelho e fortalecer a Igreja. Este era o pensamento paulino. Nos versículos 25e26, ele entende que, se fosse posto em liberdade, poderia rever os irmãos de Filipos, e viver o amos fraterno pela providência do Espírito Santo.
  • Conclusão
     Paulo resolveu seu dilema em relação à Igreja, declarando que o seu desejo de estar em Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv. 24-26). Ele nos ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo que isso signifique enfrentar oposições dos falsos crentes e até privações materiais. O que deve nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo (vv. 25,26).



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